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Oscar acontece em noite de poucas surpresas e nenhum grande vencedor

28/02/2011 03h50

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA), 27 fev (EFE).- James Franco e Anne Hathaway apresentaram a seiva nova, a espontaneidade e o frescor dos prêmios Oscar, embora não tenham conseguido manter o mesmo ritmo durante as mais de três horas que durou uma cerimônia insossa e previsível, cujos melhores momentos foram pontuados por Kirk Douglas e Sandra Bullock.

A festa começou com força e energia, com o já clássico emprego dos apresentadores em situações que aparecem nos filmes indicados, e múltiplas referências à audiência jovem, tão buscada pelos produtores.

"Acabo de ver Marky Mark", disse a avó de Franco, que apareceu entre a arquibancada, em alusão a Mark Wahlberg, enquanto Hathaway brincava com Hugh Jackman, com quem protagonizou um número musical no Oscar de há dois anos.

A Academia quis render uma homenagem à história do cinema e para isso usou vários palcos que recriaram os cenários de "E o Vento Levou", a época do cinema mudo, o hotel Roosevelt (onde aconteceu a primeira transmissão televisada dos prêmios Oscar em 1953) e o Teatro Chinês, de Hollywood.

Mas fora pelos excessivos números musicais (Randy Newman e a música de "Toy Story 3"; Mandy Moore e Zachary Levi, com "Tangled"; Florence Welch e A.R. Rahman, com "127 Hours", e Gwyneth Paltrow, com "Country Strong") e as desnecessárias contribuições criativas (um vídeo com remixagem de diálogos de filmes), a sensação que ficou foi de certo aborrecimento.

Apesar disso, houve momentos para o riso com as contribuições de Russell Brand, Helen Mirren, Hugh Jackman, Justin Timberlake, Scarlett Johansson, Matthew McCounaghey, Cate Blanchett, Kevin Spacey, Jeff Bridges e, especialmente, a dupla de "Sherlock Holmes": Jude Law e Robert Downey Jr.

Os momentos mais celebrados foram coisa de Kirk Douglas e Sandra Bullock.

Douglas, que apareceu com uma bengala sobre o palco do alto de seus 94 anos, brincou primeiro com Franco: "Fico feliz que você tenha saído da caverna", em alusão a seu papel em "127 Horas". Depois exibiu sua veia de galã com Hathaway: "Você está linda. Onde estava quando eu fazia filmes?".

E continuou com seu irônico sentido do humor: "Hugh Jackman ri. Todo mundo na Austrália acredita que ele é gracioso, não sei por que. Mas olhem Colin Firth, não sabe ri porque é inglês", comentou antes de fazer sofrer as atrizes coadjuvantes indicadas, estendendo o momento de decifrar a ganhadora (Melissa Leo, que soltou o primeiro palavrão na história do Oscar).

"De verdade, de verdade, de verdade... Uau! Quando via pela televisão parecia fácil pra c...", afirmou a atriz, nervosa, sobre o palco.

Na reta final foi a vez de Bullock, que apresentou os atores indicados com brilho.

"Javier, olá", disse em espanhol. Depois com Jeff Bridges: "Você já ganhou ano passado, deixe algo para os demais". Também com Jesse Eisenberg: "Você ainda tem que me aceitar no Facebook". Com Colin Firth: "Ouvi dizer que a rainha também gostou de seu filme, não é?".

Bardem entregou, perante o olhar atento de uma radiante Penélope Cruz, as estatuetas douradas de Roteiro Adaptado (Aaron Sorkin, "A Rede Social") e de Roteiro Original (David Seidler, "O Discurso do Rei").

Sorkin lembrou o filme "Network", ganhador desse prêmio 35 anos atrás, e Seidler explicou que é a pessoa mais velha a ganhar dentro de sua categoria.

Além disso destaque para a aparição de Billy Crystal, um clássico na hora de apresentar a festa. "Disseram-me que, como sempre, estão apressando, portanto... Aqui estão os indicados a melhor filme", brincou quando faltava ainda uma hora para o fim da cerimônia.

E, certamente, houve momentos de emoção e sinceridade, como a reação de Christian Bale ao receber seu Oscar de Melhor Ator Coadjuvante ("Que diabos eu faço aqui entre todos vocês?") ou o de Natalie Portman ao fazer o mesmo como Melhor Atriz ("meu marido me deu o papel mais importante da minha vida"), se destacando por sua barriga, com uma gravidez muito avançada.