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Doces em forma de coração marcam Dia dos Namorados croata

14/02/2011 10h04

Vesna Bernardic.

Zagreb, 14 fev (EFE).- Mesmo em tempos de globalização e informatização, a Croácia não esqueceu o antigo e simpático costume de demonstrar carinho e paixão com um doce em forma de coração no Dia de São Valentim, o Dia dos Namorados em muitos países.

Trata-se de uma espécie de bolo em forma de coração pintado em cores vivas que também é dado em outras ocasiões especiais.

Antigamente, o doce era feito com um tipo de pão de gengibre e mel para ser comido, mas hoje é produzido quase exclusivamente como uma lembrança decorativa.

Frequentemente traz frases de amor escritas e muitas vezes tem preso no centro um pequeno espelho ou um papel com versos de alguma música, um poema conhecido ou ainda palavras escritas por quem dá o presente.

"Tradicionalmente, o rapaz presenteia sua amada com um doce em formato de coração como símbolo de amor e fidelidade", explicou à Agência Efe Nina Jecic, arqueóloga e amante da etnologia, que há dez anos tem uma pequena fábrica destes objetos em Zagreb.

O coração é pintado de vermelho vivo, adornado com ilustrações e em seu centro é colocado frequentemente um pequeno espelho.

"Por que o espelho? Porque o rapaz, ao entregar o presente, dizia à namorada que estava entregando seu próprio coração e pedia que ela olhasse quem estava dentro. A moça, ao olhá-lo, via a si própria", explica Nina.

A tradição é preservada, principalmente, no norte da Croácia. Nenhuma feira, festa religiosa e, especialmente, nenhum Dia de São Valentim pode ser comemorado sem as prateleiras cheias desses corações.

Eles podem ser dados a amigos e parentes em algumas ocasiões especiais e decoram muitas cozinhas, berços e quartos croatas.

No Natal, enfeitam as árvores ao lado de outros adornos e tomam a forma de cruz e ovos para decoração de Páscoa.

No entanto, hoje esses pequenos corações são algo típico da Croácia que podem ser comprados em lojas de souvenirs, aeroportos e até postos de gasolina.

Em novembro, a confecção desses tradicionais doces croatas, que data da Idade Média, foi incluída na lista da Unesco como patrimônio imaterial da humanidade na Europa.

Nina largou um emprego público, seguro, mas pouco criativo, para se dedicar a produzir os corações, e afirma que agora, junto com as três funcionárias que emprega, realmente tem prazer neste trabalho.

"São necessários pelo menos dez dias para fazer um desses corações. Cada um é um objeto único", explica Nina.