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José Padilha descarta "Tropa de Elite 3" durante Festival de Berlim

11/02/2011 12h08

Berlim, 11 fev (EFE).- O diretor José Padilha descartou nesta sexta-feira a possibilidade de rodar uma terceira sequência do filme "Tropa de Elite", durante a sessão Panorama no Festival de Berlim.

"Já contei tudo o que queria dizer sobre a violência", afirmou Padilha ao ser questionado sobre uma possível sequência na coletiva realizada após a exibição de "Tropa de Elite 2" no festival.

O longa-metragem, que já atingiu a marca do filme com maior arrecadação em toda América Latina após superar "Avatar" recentemente, relata a história de um ativista pró direitos humanos que chega a ser eleito deputado e entra em contato com o protagonista do primeiro filme, o violento chefe de um grupo de operações especiais da Polícia.

De acordo com o diretor, a segunda parte "se complementa muito bem com a primeira, explora a corrupção dentro da Polícia brasileira de outro ponto de vista, porque aqui ficam visíveis as manipulações políticas".

"Se o primeiro filme descrevia as relações entre a Polícia e os traficantes, a sequência vai além e conta as relações entre policiais e políticos, e como os políticos manipulam a Polícia para conseguir seus interesses", argumentou Padilha.

No entanto, Padilha considera que "não tem imaginação", porque "de uma forma ou de outra, tudo o que está neste filme aconteceu na vida real": "o que você vê é o que acontece nas ruas das grandes cidades brasileiras".

Sobre a corrupção, Padilha afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "fracassou completamente" na luta contra esta praga social, apesar de ter conquistado vários sucessos no âmbito econômico e alcançou o apoio majoritário do povo.

O diretor brasileiro também teve a oportunidade de mostrar-se satisfeito por voltar ao Festival de Berlim, onde recebeu um Urso de Ouro em 2008.

"Amo Berlim. Amo este festival e estava ansioso por projetar aqui meu filme", assinalou Padilha, que assegurou que o Festival de Berlim é "o melhor de todos os eventos" porque permite a entrada de espectadores normais e não só público especializado e jornalistas.