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James Dean, um mito que burla a velhice no 80º aniversário de seu nascimento

08/02/2011 10h02

Fernando Mexía.

Los Angeles (EUA), 8 fev (EFE).- Lenda do cinema, símbolo sexual e ícone de uma geração rock 'n' roll, o rebelde James Dean ganhou um lugar no éden após sua morte, onde sua lembrança burla a velhice no 80º aniversário de seu nascimento.

Três filmes, quatro anos de carreira e um final dramático bastaram para que o promissor Jimmy, como era chamado pelos amigos, passasse de um menino de fazenda a um mito. Nunca ninguém conseguiu tanto em tão pouco.

A indústria de Hollywood ficou encantada com o ator após a estreia de "Vidas Amargas" (1955), primeiro filme no qual Dean aparecia como protagonista após trabalhar como coadjuvante em seis produções anteriores.

O filme dirigido por Elia Kazan soube reconhecer o potencial de um intérprete que lutava para sobreviver em uma profissão na qual o ator estreou fazendo anúncios de refresco e na qual, segundo as más línguas, chegou a realizar favores sexuais para abrir caminhos.

Talento não faltava a Dean, que nasceu no dia 8 de fevereiro de 1931 em Marion, uma zona rural de Indiana, estado natal também de Michael Jackson, onde chegou a ser premiado em sua adolescência por seu desempenho esportivo e artístico.

Apenas seis anos antes de seu trágico acidente ao volante de seu Porsche em uma estrada californiana, Dean terminava seus estudos de bacharelado quando se mudou para cursar Direito e Arte Dramática em Los Angeles até 1952, ano que partiu para Nova York e se aventurou na Broadway pensando que ali encontraria a fama.

Após dois anos perambulando pelos teatros conseguiu papéis em duas peças: "See The Jaguar" e "The Immoralist".

Uma oportunidade que soube aproveitar e lhe valeu o prêmio Daniel Blum de ator revelação de 1954, ao tempo que captou a atenção de Kazan.

Da noite para o dia, James Dean seduziu uma Hollywood sedenta por artistas carismáticos para alimentar seu poderoso "star-system".

Seu nome e sua imagem de menino mau começou a encher páginas de revistas como emblema de um espírito marcado pelo nascimento do rock 'n' roll e da teoria de viver depressa e morrer jovem, algo que Dean seguiu ao pé da letra.

As filmagens de "Vidas Amargas" foram seguidas, quase imediatamente, por "Juventude Transviada" e "Assim Caminha a Humanidade", filme que concluiu sua gravação um dia antes da morte do jovem ator de 24 anos.

Por motivos contratuais com a Warner Brothers, Dean estava proibido de participar de competições esportivas, especialmente corridas de carros, enquanto trabalhava em um papel, por isso que teve que esperar até o final de seu último filme para subir no seu carro rumo um evento automobilístico.

Aquela viagem chegaria a seu fim antes do tempo, como quase tudo na vida de Dean, quando seu veículo colidiu frontalmente com outro em um cruzamento das estradas 46 e 41 no interior da Califórnia, um lugar fatídico que agora é um lugar de peregrinação para seus admiradores.

O destino quis que o ator não pudesse saborear seu sucesso já que só viveu para assistir a estreia de "Vidas Amargas", produção pela qual obteria uma nomeação póstuma de melhor ator em 1956, indicação que repetiria em 1957 por "Assim Caminha a Humanidade".

Entre seus amores destacaram Pier Angeli e Ursula Andress, embora tenham lhe atribuído diversos romances e, inclusive, chegaram a especular sua homossexualidade em vários dos livros biográficos.

No próximo fim de semana em Fairmount, seus incondicionais fãs voltarão a lembrar de sua figura por ocasião de seu 80º aniversário de nascimento através de um ciclo de cinema que vai projetar seus filmes, em cenas que imortalizaram Dean sem rugas e sem cabelos brancos.