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Em memórias, Donald Rumsfeld diz não se arrepender por Guerra do Iraque

05/02/2011 00h03

Washington, 4 fev (EFE).- O secretário de Defesa dos Estados Unidos durante a gestão de George W. Bush, Donald Rumsfeld, não se arrepende de ter conduzido o país à Guerra do Iraque nem das torturas na prisão de Abu Ghraib, embora lamente em suas memórias não ter renunciado ao cargo antes.

Na próxima terça-feira, seu livro, intitulado "Known and Unknown" ("Divulgado e Não Divulgado", em tradução livre), será lançado nos EUA.

Aos 75 anos, Rumsfeld, secretário de Defesa entre 2001 e 2006, atribui a equívocos dos serviços de espionagem e inteligência a invasão dos EUA ao Iraque em busca de armas de destruição em massa que nunca foram achadas.

Apesar disso, Rumsfeld sustenta que, "sem dúvida, e tomando em conta os fatos disponíveis para o presidente Bush em 2003, eu teria tomado a mesma decisão".

No livro, Rumsfeld também não diz se arrepender pelos abusos generalizados dos detidos no Afeganistão e no Iraque, a insuficiência de veículos blindados e de tropas e a falta de um projeto perante a insurgência que seguiu à derrocada de Saddam Hussein.

O ex-chefe do Pentágono lamenta apenas não ter renunciado no final de 2004, quando foram publicadas as fotografias das atrocidades na prisão iraquiana de Abu Ghraib.

Rumsfeld diz que em duas oportunidades apresentou sua demissão a Bush, mas que o então presidente a rejeitou, para destituí-lo do cargo somente em novembro de 2006, após os resultados negativos das eleições legislativas.

No livro, segundo comentários publicados pelos diários e revistas que obtiveram cópias antes de seu lançamento, Rumsfeld critica os ex-secretários de Estado Colin Powell e Condoleezza Rice, mas derrama elogios a Bush e ao ex-vice-presidente Dick Cheney.

Um importante capítulo é dedicado à prisão de Guantánamo (Cuba), onde estão detidos centenas de homens capturados em diferentes partes do mundo acusados de terrorismo.

Na seção, Rumsfeld diz que sofreu por não ter conseguido convencer a opinião pública de que Guantánamo é uma prisão mantida de maneira muito profissional e com tratamento correto para seus reclusos.