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Alice Braga retorna aos cinemas em "O Ritual", com Anthony Hopkins

20/01/2011 21h11

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA.), 20 jan (EFE).- Poucos meses após enfrentar criaturas monstruosas em "Predadores", a atriz Alice Braga retorna às telonas como uma jornalista que investiga possessões demoníacas em "O Ritual", filme protagonizado por Anthony Hopkins.

O longa de Mikael Hafstrom ("1408"), chega às salas de cinemas dos Estados Unidos no dia 28 com um elenco liderado por Hopkins, em um papel que fica entre os que interpretou em "O Silêncio dos Inocentes" e "Drácula", e do qual também participam Ciarán Hinds, Toby Jones, Rutger Hauer e o novato Colin O'Donoghue.

Alice declarou à Agência Efe que se envolveu neste projeto porque sempre está "em busca de um novo desafio".

"Meu personagem era algo que nunca tinha feito: uma jornalista, como meu pai. Sempre quero papéis que possam me ensinar algo novo como atriz e pessoa", disse.

A brasileira compartilha algumas cenas com Hopkin."Ele é incrível. Não só por ser um ator fundamental no cinema de hoje em dia, mas porque também é muito generoso e lindo com os demais", afirmou.

"É um fenômeno, mas dá medo. Pedi que, por favor, não me mordesse", acrescentou, entre risos, ao se lembrar do personagem do canibal Hannibal Lecter, que rendeu um Oscar ao ator.

O filme, adaptação de um livro de Matt Baglio baseado em fatos reais, conta a história de um jovem seminarista descrente que é testemunha de uma série de exorcismos no Vaticano. Hopkins interpreta um padre especialista em exorcismos que não segue os métodos tradicionais.

A brasileira diz que trabalhar com o britânico é uma lição de interpretação.

Ele "olha nos olhos e espera que improvisemos", disse.

Para a sobrinha da mítica Sonia Braga, "O Ritual" é como uma homenagem ao clássico "O Exorcista", mas ela assegura que são filmes muito diferentes.

"A comparação é inevitável. O diretor de fotografia, além disso, se inspirou em movimentos de câmara de 'O Exorcista' para que as pessoas sentissem essa energia. Mas, embora tenham elementos em comum, são filmes distintos", ressaltou Alice, quem aceitou participar do thriller sobrenatural, apesar deste não ser seu gênero favorito.

"Os filmes de terror de hoje em dia são muito sanguinários e não contam histórias interessantes. Sou sensível e depois tenho pesadelos; não gosto de ficar em casa com a luz apagada após assistir um", afirmou.

"Porém, fazê-los é muito divertido", declarou a atriz, protagonista de títulos como "Eu Sou a Lenda" e "Ensaio sobre a Cegueira", projeto que achou interessante por ser uma mistura de "suspense e investigação".

"Antes de ler o roteiro e quando me contaram sobre o filme, senti que não era um simples terror com cenas fortes de exorcismos. Gostei da reflexão e das dúvidas em torno dos fatos. É real? Acredito nisso? Nunca pensei sobre o tema, mas agora me inteirei e realmente gera dúvidas", explicou a intérprete, de 27 anos.

Desde a estreia há oito anos de "Cidade de Deus" - o filme que a lançou e que significou uma grande mudança em sua vida - ela embarcou em grandes projetos de Hollywood, sem deixar de lado títulos independentes brasileiros.

A atriz, que vive entre Nova York e São Paulo, disse que o sotaque "limita" os personagens que chegam aos atores latinos, mas admite que a indústria se mostra cada vez mais aberta a mudar isso.

Ela lamentou os "muitos problemas" da estreia de "Território Restrito" em 2009, uma história sobre imigração ilegal com Harrison Ford.

"Editaram demais. Eu adorei ter participado. Sean Penn gravou, mas, por ideias políticas, quis sair", revelou.

Alice Braga diz que para o futuro tem prevista a estreia de "Pé na Estrada", de Walter Salles, longa que é uma adaptação do romance homônimo, escrito por Jack Kerouac em 1957.

"Foi uma experiência incrível", acrescentou.