Assessor de Ahmadinejad diz que Governo se opõe à condenação de Panahi
Teerã, 19 jan (EFE).- O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e seu gabinete se opõem à condenação a seis anos de prisão imposta ao reconhecido cineasta Jafar Panahi, declarou o chefe do escritório presidencial, Esfandiar Rahim Mashaie.
Em declarações divulgadas nesta quarta-feira pelo jornal opositor "Shraq", o poderoso assessor afirmou que também é contra a inabilitação por 20 anos que a sentença, imposta no ano passado, prevê.
"É a Justiça que determinou essa pena, mas ela não reflete a postura do Governo, nem a do presidente. Não achamos certo que Panahi não possa trabalhar durante tanto tempo", afirmou.
O cineasta, ganhador do Festival de Berlim, foi preso junto com a esposa, a filha e um grupo de amigos no dia 1º de março de 2010 em sua casa em Teerã, e foi libertado dois meses depois após pagar uma fiança de mais de US$ 200 mil.
De acordo com sua advogada, Farideh Gheirat, que apelou da sentença, Panahi foi acusado de realizar "atividades contra o regime" por preparar um filme sobre a situação no país após as polêmicas eleições presidenciais de 2009, que apesar de terem sido consideradas fraudulentas, reelegeram Ahmadinejad.
Cineastas como de Steven Spilberg, Oliver Stone e seu mestre e mentor, o também iraniano Abbas Kiarostami, pediram a libertação de Panahi.
Além disso, o Festival de Berlim o incluiu no júri da próxima mostra competitiva, que será realizada entre os dias 10 e 20 de fevereiro, e exibirá um ciclo com seus filmes como forma de demonstrar solidariedade ao caso.
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