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Filarmônica de Viena anima Ano Novo de 70 países

31/12/2010 11h28

Viena, 31 dez (EFE).- A Filarmônica de Viena, fiel a sua bem-sucedida tradição, oferece neste sábado o célebre Concerto de Ano Novo centrado nas valsas e polcas da dinastia musical dos Strauss, e que será transmitido para televisão e para rádio para 70 países.

Pela primeira vez, o maestro austríaco Franz Welser-Möst, de 50 anos, dirigirá a orquestra na Sala Dourada da Musikverein, onde 14 câmeras da televisão pública austríaca captarão as imagens que serão transmitidas para 50 milhões de pessoas no mundo todo.

O programa previsto segue a linha clássica das edições anteriores e oferece oito peças do "rei da valsa", Johann Strauss II (1825-1899), duas de seu pai Johann Strauss I (1804-1849), outras duas de Josef Strauss (1827-1870), uma valsa de Josef Lanner (1801-1843), uma dança de Joseph Hellmesberger (1855-1907) e uma valsa de Franz Liszt (1811-1886).

É a primeira vez que é interpretada uma obra de Liszt, e com ela abre o ano de jubileu deste compositor húngaro, pois em 2011 completará 200 anos de seu nascimento.

Por outro lado, três das citadas obras - a "Marcha Espanhola" (1888) de Johann Strauss, o "Cachucha-Galopp" e Dança Cigana de "A Pérola da Ibéria", de Joseph Hellmesberger- estão inspiradas na cultura da Espanha, que "sempre fascinou os músicos austríacos", segundo o presidente dos filarmônicos vienenses.

E certamente não faltará o "Danúbio Azul", do "rei da valsa", o som que faz a maioria dos austríacos dançarem desde o primeiro minuto do ano, após as badaladas do Réveillon, como é habitual na república alpina.

Essa famosa valsa virá como segundo bis e antes da "Marcha Radetzky", de Johann Strauss (pai), que encerra o espetáculo.

A origem do Concerto de Ano Novo remonta a 1939, quando a Áustria foi anexada ao Terceiro Reich de Adolf Hilter.

No dia 31 de dezembro, o diretor de orquestra Clemens Krauss dirigiu no Musikverein um "concerto extraordinário" dedicado a Johann Strauss, e foi algo novo, pois as obras do "rei da valsa" raramente eram interpretadas pela Orquestra Filarmônica.

Na Corte do Império austro-húngaro este tipo de música não era levada a sério, pois era considerada popular demais. Só após a queda da monarquia que os filarmônicos começaram timidamente a interpretá-la, a princípio tocando "Danúbio Azul" como uma gratificação em suas excursões de concertos no estrangeiro.

Krauss voltou a oferecer um concerto similar no primeiro dia do ano de 1941, e fundou assim uma nova tradição que ele mesmo dirigiu até 1945, inclusive entre 1948 e 1954, após um interlúdio, em 1946/1947, a cargo de Josef Krips.

Willi Boskovsky e Lorin Maazel o seguiram, mas depois a orquestra, organizada de forma democrática para escolher seus diretores, diversificou quase que anualmente o maestro para esta ocasião.

Assim, a batuta passou para professores como Herbert von Karajan, Claudio Abbado, Carlos Kleiber, Zubin Mehta, Riccardo Muti, Seiji Ozawa, Nikolaus Harnoncourt, Mariss Jansons, Georges Pretre e Daniel Barenboim.