Centenária revista americana se reinventa na internet
Teresa Bouza.
Washington, 24 dez (EFE).- Com 153 anos, a revista "The Atlantic" é uma das mais prestigiosas e antigas dos Estados Unidos e agora torna-se também referência no setor ao conseguir superar prejuízos graças a uma decidida aposta na internet.
"The Atlantic", uma revista mensal dirigida à elite intelectual americana, estava há mais de uma década no vermelho, com perdas que em 2005 rondavam os US$ 7 milhões.
Em 2010, suas projeções apontam para um lucro de aproximadamente US$ 1,8 milhão, fruto de um radical processo de transformação iniciado há três anos.
A editora da revista, The Atlantic Media Company, decidiu na ocasião que deveria se comportar menos como uma empresa centenária e mais como uma companhia inovadora do Vale do Silício caso quisesse sobreviver em meio a um ambiente de mudança desafiador.
"O que fizemos, principalmente, foi adotar a internet como qualquer companhia nova faria e de forma muito diferente da qual uma revista de 153 anos faria", disse à Agência Efe Justin Smith, presidente da The Atlantic Media Company.
"Para muitas companhias midiáticas tradicionais é difícil adotar a internet de forma enérgica e entusiasta", acrescentou Smith. "The Atlantic", pelo contrário, decidiu se atirar de cabeça no universo digital, convencida de que não havia alternativa.
Uma das grandes mudanças ocorreu em 2005, antes ainda de a empresa começar a dar ênfase no digital, quando David Bradley, o proprietário da "The Atlantic", decidiu transferir os escritórios da revista de Boston para Washington.
A publicação se instalou no mítico complexo Watergate, centro do escândalo de espionagem política que custou a Presidência a Richard Nixon na década de 1970, de onde foi iniciada a reinvenção.
O processo implicou em derrubar as barreiras entre as versões online e impressa da revista, contratar gente jovem que realmente entendesse de tecnologia e criar um ambiente no qual o digital imperasse em cada decisão tomada.
O departamento de vendas, que tem sua sede em Nova York, também deixou de se concentrar no papel e redobrou esforços na publicidade virtual, que deve atingir US$ 6,1 milhões neste ano, quase 40% do total e um número sem precedentes entre as revistas dos EUA.
Bradley, em colaboração com Smith e James Bennet, o diretor da revista, decidiram também contratar uma equipe de conhecidos "blogueiros", que aumentaram o número de visitas à versão digital.
O resultado, segundo explica o presidente, é que "The Atlantic", que quando Smith chegou à revista há três anos tinha uma tiragem mensal de 450 mil exemplares e uma audiência digital de entre 300 mil e 400 mil visitantes por mês, agora tem 6 milhões de acessos mensais em seu site.
"De repente somos um site que também publica uma revista e não uma revista que tem um site", declarou o executivo, que ressaltou que a audiência digital já é entre dez e 11 vezes maior do que a impressa.
No meio de sua transformação, "The Atlantic" optou em algumas ocasiões por nadar contra a corrente, ao decidir, por exemplo, oferecer seu conteúdo na rede gratuitamente, enquanto muitos dos gigantes do setor, como o jornal "The New York Times", planejam fazer exatamente o contrário.
Smith reconhece que o êxito dessa estratégia foi possível, em boa medida, pelo fato de que a revista tem como alvo a elite do país, o que a permite cobrar tarifas altas por anúncios dirigidos a esse "nicho".
"A verdade é que em tempos tão difíceis como estes, nos quais revistas como a 'Newsweek' são vendidas por um dólar, nos sentimos muito orgulhosos de fechar o ano com um lucro significativo", explica.
A diferença entre o êxito e o fracasso, assegura, consiste em criar uma cultura "que prima pela agilidade e que encoraja a experimentar coisas novas".
Washington, 24 dez (EFE).- Com 153 anos, a revista "The Atlantic" é uma das mais prestigiosas e antigas dos Estados Unidos e agora torna-se também referência no setor ao conseguir superar prejuízos graças a uma decidida aposta na internet.
"The Atlantic", uma revista mensal dirigida à elite intelectual americana, estava há mais de uma década no vermelho, com perdas que em 2005 rondavam os US$ 7 milhões.
Em 2010, suas projeções apontam para um lucro de aproximadamente US$ 1,8 milhão, fruto de um radical processo de transformação iniciado há três anos.
A editora da revista, The Atlantic Media Company, decidiu na ocasião que deveria se comportar menos como uma empresa centenária e mais como uma companhia inovadora do Vale do Silício caso quisesse sobreviver em meio a um ambiente de mudança desafiador.
"O que fizemos, principalmente, foi adotar a internet como qualquer companhia nova faria e de forma muito diferente da qual uma revista de 153 anos faria", disse à Agência Efe Justin Smith, presidente da The Atlantic Media Company.
"Para muitas companhias midiáticas tradicionais é difícil adotar a internet de forma enérgica e entusiasta", acrescentou Smith. "The Atlantic", pelo contrário, decidiu se atirar de cabeça no universo digital, convencida de que não havia alternativa.
Uma das grandes mudanças ocorreu em 2005, antes ainda de a empresa começar a dar ênfase no digital, quando David Bradley, o proprietário da "The Atlantic", decidiu transferir os escritórios da revista de Boston para Washington.
A publicação se instalou no mítico complexo Watergate, centro do escândalo de espionagem política que custou a Presidência a Richard Nixon na década de 1970, de onde foi iniciada a reinvenção.
O processo implicou em derrubar as barreiras entre as versões online e impressa da revista, contratar gente jovem que realmente entendesse de tecnologia e criar um ambiente no qual o digital imperasse em cada decisão tomada.
O departamento de vendas, que tem sua sede em Nova York, também deixou de se concentrar no papel e redobrou esforços na publicidade virtual, que deve atingir US$ 6,1 milhões neste ano, quase 40% do total e um número sem precedentes entre as revistas dos EUA.
Bradley, em colaboração com Smith e James Bennet, o diretor da revista, decidiram também contratar uma equipe de conhecidos "blogueiros", que aumentaram o número de visitas à versão digital.
O resultado, segundo explica o presidente, é que "The Atlantic", que quando Smith chegou à revista há três anos tinha uma tiragem mensal de 450 mil exemplares e uma audiência digital de entre 300 mil e 400 mil visitantes por mês, agora tem 6 milhões de acessos mensais em seu site.
"De repente somos um site que também publica uma revista e não uma revista que tem um site", declarou o executivo, que ressaltou que a audiência digital já é entre dez e 11 vezes maior do que a impressa.
No meio de sua transformação, "The Atlantic" optou em algumas ocasiões por nadar contra a corrente, ao decidir, por exemplo, oferecer seu conteúdo na rede gratuitamente, enquanto muitos dos gigantes do setor, como o jornal "The New York Times", planejam fazer exatamente o contrário.
Smith reconhece que o êxito dessa estratégia foi possível, em boa medida, pelo fato de que a revista tem como alvo a elite do país, o que a permite cobrar tarifas altas por anúncios dirigidos a esse "nicho".
"A verdade é que em tempos tão difíceis como estes, nos quais revistas como a 'Newsweek' são vendidas por um dólar, nos sentimos muito orgulhosos de fechar o ano com um lucro significativo", explica.
A diferença entre o êxito e o fracasso, assegura, consiste em criar uma cultura "que prima pela agilidade e que encoraja a experimentar coisas novas".
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