"Batman Begins" tenta resgatar bilheteria de Hollywood

Por Rocío Ayuso
Los Angeles, 16 jun (EFE).- O homem-morcego volta com a estréia
de "Batman Begins", que conta o início da história do super-herói e
continua uma das trajetórias mais conhecidas das telas.

Em sua agenda de super-herói, este personagem dos HQs tem vários
assuntos a resolver: recuperar o respeito perdido e dar um novo
impulso da bilheteria americana.

"Essa é a essência do projeto, levar Batman a sério", garante o
diretor Christopher Nolan.

Nolan, que dirigiu "Amnésia" e "Insônia", quis devolver ao
personagem, criado há 66 anos por Bob Kane, a seriedade das
histórias em quadrinhos e o tom com que foi tratado por muitos
outros artistas ao longo de sua história, entre eles Neal Adams,
Frank Miller e Alex Ross.

Como insiste Christian Bale, o novo Batman, o fundamental era se
distanciar da imagem quase humorística das séries de televisão
estreladas por Adam West.

O protagonista de "Psicopata americano" e "O operário" é muito
sério com seu trabalho e não quer nem lembrar de outras versões
desta franquia milionária como "Batman e Robin", dirigida por Joel
Schumacher.

A primeira adaptação do homem-morcego no cinema, "Batman",
dirigida por Tim Burton em 1989, continua viva na memória do
público. O mesmo acontece com os 251,2 milhões de dólares que
arrecadou em sua estréia, com o ator Michael Keaton no papel
principal.

A dupla trabalhou junta de novo em 1992 com "Batman - o retorno"
e embora a arrecadação tenha caído para 162,8 milhões de dólares,
subiram em 1995 com "Batman eternamente", dirigida por Joel
Schumacher e protagonizada por Val Kilmer.

A catástrofe chegou dois anos mais tarde quando "Batman e Robin"
foi massacrado pela crítica e odiado pelo público. O filme arrecadou
apenas 107,3 milhões de dólares na bilheteria para ver George
Clooney como o homem-morcego.

Nesta sexta-feira "Batman Begins" estréia em 3.858 salas de
cinema nos Estados Unidos, em uma tentativa desesperada de chamar um
público bastante preguiçoso.

De acordo com pesquisas de mercado, neste ano a arrecadação
americana com bilheteria está 8,57% abaixo da de um ano atrás.

Será Batman capaz de salvar Hollywood e além disso, como bom
super-herói, ficar com a mocinha?
Robert Bucksbaum, presidente do serviço especializado em dados de
bilheteria "Reel Source", acredita que já no domingo as novas
aventuras do homem-morcego podem arrecadar algo em torno de 65
milhões de dólares, o que aumentará à medida que a propaganda
boca-a-boca começar.

Nem toda a crítica foi tão otimista.

Enquanto que Kenneth Turan do Los Angeles Times considerou
"Batman Begins" muito bom, Glenn Whipp do Daily News diz que falta
ao filme de duas horas e 20 minutos falta a ironia brincalhona de
Tim Burton.

Filmado em Londres e Chicago para recriar uma sombria Gotham
City, "Batman Begins" leva sua trama a sério, partindo dos remorsos
de Bruce Wayne após o assassinato de seus pais.

A única que parece não ter levado tão a sério a volta Batman é a
mocinha do filme, Katie Holmes. A culpa não é dela, mas da imprensa
de fofoca e das declarações de sua mais recente paixão, Tom Cruise,
que deixaram para segundo plano a importante estréia.

"Essas coisas não me interessam. Seria pior que um psicopata
envenenasse a água ou algo assim", respondeu Nolan à imprensa com
seriedade referindo-se a uma das histórias do filme.