Centenas de milhares participam em Roma da maior parada gay da Europa
Centenas de milhares de pessoas participam neste sábado (11/06) da edição 2011 da Europride, em Roma. Os organizadores esperam reunir cerca de 1 milhão de pessoas até o final da maior parada em favor dos direitos dos homossexuais da Europa. O evento europeu dedicado ao público GLS ocorre anualmente em cidades de grande comunidade homossexual.
A cantora Lady Gaga, ídolo da música pop norte-americana, é a convidada especial deste ano. A excêntrica cantora é considerada ativista dos direitos homossexuais. Lady Gaga chegou a Roma de jatinho neste sábado para participar da parada e cantar no Circus Maximus, local de entretenimento da antiga Roma.
A Europride deste ano tenta aumentar a pressão sobre o governo italiano para que reconheçam os direitos de gays e lésbicas. "Este é um governo em que o primeiro-ministro tem relações com meninas menores de idade, mas que ao mesmo tempo diz que nunca aprovará uma lei que contradiga a visão de família propagada pelo Vaticano", disse Paolo Patana, coorganizador do evento.
Menos críticas
Esta é a segunda vez que a Europride acontece na capital italiana. Em 2000, quando 200 mil gays, lésbicas e travestis se reuniram em Roma, o Vaticano e os políticos italianos se demonstraram indignados. "Não agora e não em Roma", diziam os bispos. As críticas sérias ao evento parecem ter diminuído com o passar do tempo. Desta vez, o Vaticano não se pronunciou e nada se escutou dos parlamentares italianos.
O desfile percorre as ruas do centro histórico de Roma. Os organizadores aproveitaram para chamar a atenção para os problemas dos homossexuais na Itália. "A Itália é o único país da Europa onde a ignorância continua em vantagem", disse o travesti e político italiano Vladimir Luxuria. "Nós estamos envoltos de países que reconhecem uniões extraconjugais, somente entre nós continuam a reinar os medos irracionais e a desinformação", afirmou.
Um jovem visitante da Europride se dirigiu ao Papa com o pedido de "não mais declarar que os homossexuais precisavam ser 'curados', mas sim que declare que eles têm um direito a uma vida na qual haveria espaço para uma relação amorosa sob o signo da fidelidade".
Tabu na Itália
Perante a lei, uniões fora do casamento são ainda hoje tabu na Itália. A última tentativa de legalização ocorreu em 2007, durante o governo de centro-esquerda de Romano Prodi. Além de duras críticas do Vaticano, políticos conservadores organizaram manifestações em prol da família tradicional. A resistência de todos os lados e a fraqueza da coalizão comandada por Prodi definiram o fracasso do projeto.
Também a relação entre a comunidade gay e a Santa Sé não é das melhores. Embora a homossexualidade não seja mais considerada pecado pela Igreja Católica, no ano passado o papa Bento 16 levantou a ira das organizações de gays e lésbicas.
Em seu livro de entrevistas Luz do mundo, Bento 16 declarou que a homossexualidade continua algo "contra a essência daquilo que Deus originalmente desejava". Gays católicos também combatem a recusa da Igreja em aceitar que homossexuais assumam o sacerdócio.
Neste sábado, também foram realizadas paradas gays em Varsóvia e na cidade costeira croata de Split. Na capital polonesa, manifestantes nacionalistas protestaram contra a "Marcha da Igualdade", na qual milhares de participantes defenderam mais direitos para homossexuais e lésbicas.
Em Split, pedras e garrafas foram atirados por opositores sobre os cerca de 200 participantes da parada. Diversas pessoas saíram feridas do evento, que aconteceu na Croácia sob forte proteção policial.
CA/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.