"Megatubarão" pode unir mercado cinematográfico de China e EUA
Um filme sobre um tubarão gigante causando estragos em uma cidade turística é o grande sucesso deste verão (Hemisfério Norte). Isso soa familiar? É o que a produtora chinesa queria.
"Megatubarão", que é um sucesso nos EUA e na China, arrecadou US$ 314 milhões em todo o mundo até domingo e destronou o último "Missão: Impossível" de Tom Cruise nos cinemas da América do Norte. Estreado em 10 de agosto, tornou-se o maior filme de tubarão desde "Tubarão", o grande sucesso de 1975.
Um fato menos conhecido é que o thriller de ficção científica nas profundezas do mar também está prestes a se tornar a coprodução mais bem-sucedida entre Hollywood e as produtoras da China, revivendo as perspectivas de uma nova área do cinema que já viu muitos fracassos. O produtor-executivo Jiang Wei diz que parte da fórmula para que essas joint ventures tenham sucesso é: Não force a barra nas referências culturais.
"Eu sabia que o assunto era muito adequado para coproduções: aventuras, ficção científica, tubarões", disse Jiang, que era presidente da Gravity Pictures quando coproduziu "Megatubarão", em entrevista na semana passada. "Não envolve muitos problemas culturais, educacionais ou nacionais."
A chave do sucesso
Dada a tendência de Hollywood para a imitação, "Megatubarão" pode gerar imitadores e mais apostas em coproduções que introduzem habilmente elementos chineses, mas sem referências culturais difíceis de serem entendidas. O sucesso do filme em obter o cobiçado status de coprodução também mostra que as autoridades cinematográficas chinesas, que decidem os filmes que podem ser produzidos, nem sempre exigem referências culturais inconfundivelmente chinesas.
"Megatubarão", coproduzida com a Warner Bros, conta a história de uma equipe de pesquisa oceânica no litoral da China que encontra um tubarão pré-histórico de 23 metros. O Megatubarão, ou megalodon, ameaça milhares de turistas que se divertem na Baía de Sanya.
O filme mescla "razoavelmente" elementos e elenco chineses com o estilo de produção e distribuição de Hollywood, uma combinação que explica o sucesso, disse Jiang, que saiu da Gravity e agora dirige a Wanda Pictures e a subsidiária na China da Legendary Entertainment, do bilionário Wang Jianlin. Após ler o best-seller de 1997 "Meg: A Novel of Deep Terror" em 2014, ele concluiu que o livro seria ideal para uma coprodução, em parte porque tinha um assunto universal com muito poucas referências culturais específicas.
As coproduções ajudam Hollywood a capitalizar o mercado cinematográfico de rápido crescimento da China, atualmente o segundo maior do mundo. Sob tais acordos, os estúdios obtêm uma fatia maior das receitas de bilheteria do que quando simplesmente exportam um filme para a China. Esses filmes também têm datas de lançamento mais favoráveis no país.
As coproduções não devem fazer filmes para um determinado mercado, disse Jiang, que também trabalhou na Sony Pictures e na Edko Films, de Hong Kong. "A ideia é que as coproduções sejam internacionais. O mercado chinês de filmes já está prosperando por conta própria. Não há necessidade de fazer um filme destinado ao público chinês ou ao público americano."
Jiang acredita que os estúdios de Hollywood e da China continuarão apostando em coproduções de grande orçamento. "Haverá mais possibilidades. Se um filme pode ser vendido na China e nos EUA, ele também será vendido no resto do mundo. "
*Com a colaboração de Anousha Sakoui.
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