Filmes da Netflix que não passam nos cinemas deveriam competir no Oscar?
A Netflix se defendeu publicamente nesta segunda-feira de críticas feitas após a cerimônia do Oscar por alguns cineastas - incluindo o diretor Steven Spielberg - que julgavam que as produções da empresa não deveriam competir na premiação.
No Twitter, a plataforma de streaming disse "amar o cinema" - acrescentando, porém, que também "ama" oferecer acesso a filmes para pessoas que não tinham condições financeiras ou que vivem em cidades onde não há salas de exibição.
Produzido pela Netflix, Roma teve 10 indicações ao Oscar e levou três estatuetas.
Havia expectativa de que o longa-metragem ganhasse também na categoria de melhor filme. O prêmio foi dado, no entanto, para Green Book: O Guia - outra decisão que causou polêmica.
Críticas à plataforma
Steven Spielberg, diretor de clássicos como Jurassic Park e ET, é membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organização responsável pelo Oscar.
A polêmica envolvendo o serviço de streaming deve estar na pauta da próxima reunião da Academia, em abril, de acordo com o site de notícias IndieWire.
No ano passado, o diretor chegou a defender que os filmes da Netflix deveriam competir apenas no Emmy, prêmio dedicado à televisão - já que a empresa produziria filmes para a TV.
Tecnicamente, porém, a plataforma pode concorrer ao Oscar, já que lança alguns de seus filmes no cinema por algumas semanas.
Em uma premiação em fevereiro, Spielberg disse amar a TV, mas "as maiores contribuições que podemos dar como cineastas é proporcionar ao público a experiência do filme cinematográfico".
O tuíte da Netflix não fez referência explícita ao diretor ou ao Oscar, mas foi publicado depois de uma série de notícias veiculadas no fim de semana de que a Academia discutiria possíveis mudanças nas regras da premiação.
A diretora Ava DuVernay, que está por trás de filmes como Uma Dobra no Tempo e Selma - Uma Luta pela Igualdade, também usou o Twitter para discordar de Spielberg.
Ela foi indicada ao Oscar em 2017 por seu documentário A 13ª Emenda, produzido pela Netflix, sobre o sistema penitenciário americano, e tem outra obra a ser lançada neste ano também pela plataforma de streaming.
Em um segundo tuíte, a cineasta saiu em defesa do serviço e afirmou que ele era uma das poucas plataformas que distribuíam de forma ampla conteúdo produzido por profissionais negros.
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