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Escritora canadense lança livro que só poderá ser lido daqui 100 anos

A escritora canadense Margaret Atwood, que participa do projeto "Future Library" - BBC
A escritora canadense Margaret Atwood, que participa do projeto "Future Library" Imagem: BBC

27/05/2015 15h54

A escritora canadense Margaret Atwood será a primeira entre cem autores a contribuir com um livro para um projeto chamado "Future Library" (Biblioteca do Futuro).

A cada ano, uma obra inédita de ficção escrita por diferentes autores será incluída em uma coleção até 2114, quando os cem livros serão finalmente publicados.

A Biblioteca do Futuro foi criada pela artista escocesa Katie Peterson e os manuscritos serão guardados em Oslo, na Noruega.

Mil árvores foram plantadas em uma área próxima à capital norueguesa para suprir o papel no qual as obras serão finalmente impressas.

Margaret Atwood certamente não estará presente na festa de lançamento.

Nascida em 1939 em Ontário, a romancista, poeta e ensaísta é ganhadora, entre outros prêmios prestigiosos, do Booker Prize (pelo romance O Assassino Cego). Entre outros de seus livros estão O Conto da Aia, Olho de Gato, Vulgo Grace.

Atwood disse que está "muito honrada" em participar da iniciativa.

"Esse projeto pelo menos acredita que a raça humana ainda vai estar por aqui dentro de cem anos."

"A Biblioteca do Futuro deve atrair muita atenção nas próximas décadas, com as pessoas tentando adivinhar o que os escritores colocaram dentro de suas caixas lacradas", disse Atwood.
Coleção Secreta

As obras da Biblioteca do Futuro ficarão sob a guarda de uma comissão - o Future Library Trust - que inclui importantes editoras e editores. A cada ano, a comissão convidará um escritor para contribuir com uma obra para a coleção de manuscritos inéditos.

Os textos serão mantidos dentro de uma sala projetada especialmente para alojá-los na Biblioteca Deichman, em Oslo.

"Ter Margaret Atwood escrevendo para a Biblioteca do Futuro é meu sonho", disse Katie Peterson. "Adoraria saber o que ela escreveu mas nunca saberei. E se ela escrever sobre o futuro, para o futuro, me pergunto em que medida esses futuros vão coincidir. Será que (o futuro que ela imaginou) vai se tornar realidade?", pergunta-se a artista.