Projeto 'turbina' mais de 160 carrinhos de catadores
O catador Rafael dos Santos, 59, sai de sua casa pela manhã, na região da Cracolândia, centro de São Paulo, e coleta até 600 kg de sucata em um dia. Dois anos atrás, ele foi abordado pelo grafiteiro Thiago Mundano. "Ele perguntou se eu queria participar do Pimp para mudar o meu astral. Eu aceitei."
O Pimp em questão é o Pimp My Carroça, projeto criado por Mundano para, segundo ele, "tirar os catadores da invisibilidade".
Os catadores têm seus carrinhos reformados e pintados com grafite; os eventos incluem também podólogo, barbeiro e atendimento médico para os catadores. Em dois anos, diz o grafiteiro, mais de 160 carrinhos foram reformados, também em cidades como Rio de Janeiro e Curitiba. Na última Virada Cultural paulistana, houve 41 reformas.
"A população nos trata com mais respeito. Os motoristas xingam menos. E isso ocorreu graças ao trabalho dos grafiteiros, pessoas que também eram criticadas na cidade", diz Santos à BBC Brasil.
O projeto marca seus dois anos nesta terça-feira, em um evento no Museu de Arte Moderna de São Paulo, quando lançará um plano de financiamento coletivo para financiar o lançamento de um aplicativo de contratação de catadores, a pintura de cooperativas de catadores e um kit para replicar a iniciativa em outras cidades.
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