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Artista canadense esculpe paisagens em livros

O autor diz acreditar que a "obsessão" humana por "mudar as formas pelas quais acessamos a cultura" é uma demonstração de fascinação pelo conteúdo da consciência. Na imagem, o livro Ryoanji, esculpido como parte do projeto A grande muralha - Guy Laramée
O autor diz acreditar que a "obsessão" humana por "mudar as formas pelas quais acessamos a cultura" é uma demonstração de fascinação pelo conteúdo da consciência. Na imagem, o livro Ryoanji, esculpido como parte do projeto A grande muralha Imagem: Guy Laramée

13/09/2012 09h32

O artista canadense Guy Laramée esculpe paisagens em livros, como forma de explorar a 'erosão de culturas'.

Aos 55 anos, ele já desenvolveu projetos de composição musical, criação e construção de instrumentos musicais, cenografia, pintura, literatura e direção de curta-metragens.

Ele também desenvolveu trabalhos de antropologia na África e na Amazônia peruana e diz que o principal tema de toda a sua obra é "a erosão de culturas".

De acordo com Laramée, suas esculturas em livros pretendem mostrar que "o conhecimento último pode muito bem ser uma erosão e não uma acumulação".

"Culturas emergem, se tornam obsoletas, e são substituídas por outras. Com o desaparecimento das culturas, algumas pessoas são deslocadas e destruídas", diz o autor.

O autor diz acreditar que a "obsessão" humana por "mudar as formas pelas quais acessamos a cultura" é uma demonstração de "fascinação pelo conteúdo da consciência".

Mas em suas esculturas, ele afirma que pretende examinar "não só o que pensamos, mas o fato de pensarmos".

"Montanhas de conhecimentos não utilizados voltam a ser o que realmente são: montanhas. Elas ficam um pouco mais erodidas e se tornam montes. Então elas se aplanam e se tornam campos onde, aparentemente, nada está acontecendo", explica.

Romances, obras filosóficas e pinturas românticas são algumas das inspirações mais frequentes para os projetos temáticos de Laramée.