Sonho e realidade dividem espaço em exposição fotográfica na Argentina
Uma exposição que reúne 310 fotos de 220 fotógrafos e artistas de 40 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e França, foi inaugurada na semana passada no Centro Cultural Borges, em Buenos Aires.
As imagens serão leiloadas no dia 14 de fevereiro no Museu de Arte Latino-Americano (Malba), na capital argentina.
A arrecadação será destinada às fundações Save the Children, que é internacional, e FLENI (Fundação para a Luta contra Doenças Neurológicas), de Buenos Aires, como contou à BBC Brasil o curador da Bienal Internacional de Fotografia Artística e Documental, o fotógrafo argentino Julio Hardy.
Hardy integra a Worldwide Photography Gala Awards, organizadora da mostra.
"Entendemos que pelo número de participantes e de países esta é a maior exposição fotográfica, e com fins beneficentes, realizada na América Latina", disse Hardy.
Ele observou que cerca 70% dos participantes da mostra são mulheres e que a variedade entre o fotojornalismo e o artístico marca a bienal.
"Notamos que a presença feminina no mundo da fotografia, entre outros setores, tem se intensificado nos últimos tempos e a bienal confirma esta tendência", disse.
Ele contou que os fotógrafos doaram pelo menos uma imagem para a exposição que antecipará o leilão que será aberto ao público.
"É um gesto de generosidade de grandes fotógrafos de nome internacional e uma forma de também promover os trabalhos que realizam", afirmou.
A primeira mostra foi realizada em junho de 2010, em Madri, na Espanha, e reuniu número inferior de obras e de artistas – cento e sessenta imagens e participantes de trinta e cinco países.
A diversidade da mostra inclui trabalhos de fotojornalismo, muitas vezes com tom humanista, como observou o curador, e surrealistas.
Entre as fotos jornalísticas destaca-se, por exemplo, a de Stephen Hall, chamada 'Natural numbers village school', que retrata a realidade de crianças nuas em uma aula de matemática, em um povoado da Etiópia.
"Crianças nuas são fato normal, fazem parte da cultura da Etiópia. Para eles, a roupa não tem a mesma conotação que a do mundo ocidental e foi o que Hall retratou", afirmou o curador.
A seleção de imagens revela a criatividade dos artistas ou simplesmente a realidade mostrada, por exemplo, nas fotos das crianças trabalhando em Bangladesh, no estilo de vida de religiosos americanos ou na tristeza da mãe que abraça o filho que enfrenta problemas de saúde – caso do autorretrato da fotógrafa americana Joni Kabana, com o filho Darian, nome da obra.
"É uma foto humanista, que revela a dor e o amor de uma mãe por seu filho", disse.
As imagens que integram a mostra foram selecionadas por alguns dos maiores especialistas do mundo, em um júri que incluiu nomes da Magnum, da revista Zoom, da Itália, e da Associação de Fotógrafos da Dinamarca, entre outros.
A exposição seguirá até o dia 27 de fevereiro, mesmo após o leilão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.