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Escocesa ganha prêmio Turner com gravação de canção folclórica

A artista britânica Susan Philipsz ao lado da instalação sonora "Lowlands Away", vencedora do prêmio Turner, no Museu Tate Britain, em Londres (6/12/2010) - Andrew Winning/Reuters
A artista britânica Susan Philipsz ao lado da instalação sonora "Lowlands Away", vencedora do prêmio Turner, no Museu Tate Britain, em Londres (6/12/2010) Imagem: Andrew Winning/Reuters

07/12/2010 08h22

A artista britânica Susan Philipsz venceu o conceituado prêmio Turner de arte contemporânea com uma instalação sonora composta por três versões de uma canção folclórica escocesa do século 16.

Philipsz recebeu o prêmio de 25 mil libras (R$ 66 mil) das mãos da designer de moda Miuccia Prada no Museu Tate Britain, na segunda-feira. Esta foi a primeira vez que uma obra sonora foi indicada para o Turner.

A instalação da escocesa é feita de três gravações da própria artista cantando à capela a música "Lowlands Away", sobre um homem que se afogou no mar e retorna para contar à sua amada sobre sua morte.

A obra foi apresentada pela primeira vez através de alto-falantes colocados sob três pontes sobre o rio Clyde, na cidade natal da artista, Glasgow. Nos últimos dois meses, no entanto, a gravação tem sido tocada em uma sala vazia no Museu Tate Britain.

Competição
Na edição do prêmio Turner de 2010, Philipsz venceu os artistas Dexter Dalwood, que concorreu com pinturas que tratam de momentos famosos da história recente, Angela de la Cruz, que rasga e dobra suas pinturas antes de expô-las em portas, cantos ou no chão das galerias, e o Grupo The Otolith, que usa material de arquivo em suas instalações de vídeo.

A chefe da comissão julgadora, Penelope Curtis classificou o trabalho da escocesa como "extraordinário". "A maneira como ela consegue fazer você ver as coisas de forma diferente ouvindo as coisas de forma diferente é realmente excepcional."

Susan Philipsz, que vive e trabalha em Berlim, na Alemanha, disse estar muito honrada com o prêmio.

Mas os críticos alegam que a obra vencedora é música e não arte. O grupo The Stuckists --que se opõe ao estilo de arte moderna e conceitual frequentemente reconhecida pelo prêmio Turner-- disse que "uma cantora" não deveria ser a vencedora.

"É apenas alguém cantando em uma sala vazia. Não é arte. É música", dizem eles.