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Parlamentares londrinos querem obra "roubada" de Bansky de volta

A parede do bairro Wood Green em Londres antes ocupada por um mural do grafiteiro Banksy agora exibe o buraco de onde a pintura foi retirada Imagem: BBC e Alan Strickland

Do UOL, em São Paulo

20/02/2013 18h48

Estêncil famoso de Banksy que exibe uma criança costurando em uma máquina com o símbolo da Grã-Bretanha foi retirado de seu local de origem e colocado em leilão no início da semana. E agora a vizinhança quer o pedaço da parede onde está o desenho de volta.

Autoridades de Londres, onde estava localizado o grafite, disseram nesta quarta (20) que a venda é provavelmente legal, já que o mural foi pintado em uma propriedade privada. Mas os cidadãos esperam reverter o caso. Listado como “Trabalho Escravo (Menino Costureiro)”, o estêncil está avaliado entre US$ 500 e US$ 700 mil dólares. A peça deve ser leiloada neste sábado.

“É totalmente antiético algo tão valorizado ser rasgado sem aviso de seu contexto comunitário”, disse o parlamentar local Lynne Featherstone. O estêncil de Banksy era uma forma de ironizar o Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II.

Em uma carta aberta para a casa de leilões, as autoridades locais fizeram um apelo dizendo que é “um marco muito amado no local” e que já foi visto por pessoas de todo o mundo.

Sem a opção de recorrer legalmente, os parlamentares apelaram ao bom coração do leiloeiro. “Entendemos que pode não haver ilegalidades na forma como a obra foi silenciosamente retirada de nossas ruas e colocadas em um leilão para você em Miami. Mas ser vendida dessa forma, com esse lucro enorme, seria moralmente errado e contrário ao espírito que foi dado a nossa comunidade”.

O vereador Alan Strickland disse que a obra tinha se tornado um “símbolo real de orgulho local” em uma área duramente afetada pelos protestos na Inglaterra em 2011. Strickland também afirmou que o desaparecimento deixou os moradores chocados e com raiva e acionou o Conselho de Artes da Inglaterra para ajudar a recuperar o trabalho.

O conselho, financiado pelo governo, chamou a perda da obra de “uma vergonha”, e disse que pouco poderia ser feito. A organização tem o poder de interromper a exportação de obras de arte culturalmente importantes, mas apenas só se elas tiverem acima de 50 anos de história.

Responsável pelo leilão, a Fine Art Miami disse que adquiriu a obra legalmente, mas deu poucos detalhes. “Infelizmente não podemos fornecer qualquer informação sobre este lote. Ficaremos felizes em devolve-la caso seja provado que a obra foi adquirida ou removida ilegalmente”, afirmou a empresa em comunicado.  O agente de Banksy não respondeu um pedido de comentário. 

Antes de leilão, obras eram removidas pelo serviço de limpeza da cidade

Muitas vezes sarcásticas e de críticas à realeza, algumas das obras mais famosas de Banksy incluem dois policiais ingleses se beijando e uma série de chipanzés. Apesar da fama, na maioria das vezes as obras são esquecidas por funcionários da limpeza urbana, quando não retiradas dos locais onde foram pintadas.   

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