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Peter Parker sai de cena, mas o Homem-Aranha não

26.dez.2012 - Variante de capa do número 700 da revista "The Amazing Spiderman", da editora Marvel, dezenhada por Humberto Ramos - Marvel/Reprodução
26.dez.2012 - Variante de capa do número 700 da revista "The Amazing Spiderman", da editora Marvel, dezenhada por Humberto Ramos Imagem: Marvel/Reprodução

Matt Moore

Da AP, em Filadélfia, EUA

26/12/2012 14h17

Cinquenta anos depois de lançar teias e prender uma quantidade enorme de criminosos, Peter Parker está saindo fora dessa história de super-heróis.

Mas o Homem-Aranha ainda está se balançando pelas teias de prédio em prédio - renascido, refrescado e redivivo dando um novo sentido à máxima que Ben Parker ensinou ao seu inseguro sobrinho que "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades".

O roteirista Dan Slott, que tem escrito as aventuras do Aranha na maior parte dos últimos cem números para a Marvel Entertainment, disse que o ápice da história é uma direção nova e dramaticamente diferente para o herói criado por Steve Ditko e Stan Lee.

"É uma reviravolta épica", disse Slott. "Estou escrevendo [as aventuras do] Homem-Aranha há mais de 70 números. De vez em quando, precisamos dar uma mexida. A razão pela qual o Homem-Aranha é um dos personagens mais longevos é por que eles sempre encontram uma maneira de mantê-lo renovado. Algo para dar uma mexida."

E nas páginas do número 700, que saiu nesta quarta (26) nos EUA, não está apenas mexido, está completamente de cabeça para baixo, rodando em círculos, de pernas para o ar e completamente aberto.

A mente de Parker está presa no corpo castigado e decadente de seu antagonista, o Doutor Octopus, conhecido também como Otto Octavius. E onde está o Doutor Ock? Dentro da casca superpoderosa de Parker, aprendendo como é a vida para o brilhante pesquisador que, por acaso, considera os Vingadores e os Quatro Fantásticos como amigos e família.

Os dois combatem ferozmente nas páginas do número 700, ilustrado por Humberto Ramos e Voctor Olazaba. Mas é Octavius quem vence e Parker, pelo menos por enquanto, se vai de uma vez, mas não antes de mais um ato de heroísmo.

Slott disse que é Parker, cujas memórias envelopam Octavius, quem mostra para o vilão o que é ser um herói.

"Seus dias de vilania acabaram, mas como é Doc Ock e ele tem aquele ego, ele não vai tentar ser apenas o Homem-Aranha, ele vai tentar ser o melhor Homem-Aranha de todos os tempos", disse Slott.

O editor Stephen Wacker disse que, enquanto Parker estiver desaparecido, sua permanência continua e sua vida projeta uma longa sombra.

"Sua vida ainda é importante para o livro porque afeta tudo que o Doutor Octopus faz como Homem-Aranha. Ver um supervilão seguir por essa vida é o ponto - tentar ser melhor do que o herói ao qual ele se opunha", disse Wacker.

"Doc meio que inspirou a vida de Peter. É o que quero dizer quando ele fala sobre a sombra que projeta", completa.

O sentimento ecoa o que o Tio Ben disse nas páginas de "Amazing Fantasy número 15", disse Slott.

Wacker considera um fim adequado para a velha série, que abre caminho para uma nova - "The Superior Spider-Man", no começo do próximo ano - porque traz Peter Parker de volta, desde o início até o fim da sua carreira de combate ao crime.

"Na sua primeira história, seu tio morreu por causa de algo que ele fez, então, o objetivo sempre foi tornar a vida de Parker mais difícil quanto possível", disse Wacker. "Sempre funciona melhor quando se trata da vida de Parker, não do Homem-Aranha.'

E com Octavius influenciado pela vida de Parker - da Tia May até Gwen Stacy e Mary Jane - isso vai fazer dele uma pessoa melhor, também.

"Porque o Doutor Octopus sabe todas essas coisas e vai tomar decisões de acordo com o que viu Peter passar", disse Wacker. "De algum jeito, ele sai vitorioso no fim, à medida que se torna um herói melhor."