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Vargas Llosa diz que tentou escrever romances eróticos sem o sucesso de "Cinquenta Tons"

O escritor Mario Vargas Llosa fala com a imprensa sobre lançamento de sua obra completa, em Madri (18/9/12) - EFE/Zipi
O escritor Mario Vargas Llosa fala com a imprensa sobre lançamento de sua obra completa, em Madri (18/9/12) Imagem: EFE/Zipi

Claudia Torrens

de Nova York

15/11/2012 16h48

Mario Vargas Llosa pode ser um prêmio Nobel, mas ele diz que já tentou escrever romances eróticos "sem o mesmo sucesso" de EL James, que escreveu a trilogia best-seller "Cinquenta Tons de Cinza".

O escritor peruano, que falou na Americas Society, disse que ficou surpreso ao ver os livros da série "Cinquenta Tons" nas vitrines das livrarias na Irlanda, onde apresentou seu mais recente romance "O Sonho do Celta", em junho. Os romances eróticos de James são atualmente os mais vendidos na Argentina, México, Espanha, Chile e Colômbia, entre outros países de língua espanhola.

"Eu não li", Vargas Llosa disse com um sorriso, respondendo a uma pergunta sobre a trilogia, na noite de segunda-feira (12). "Eu espero que seja divertido".

Quando perguntado se algum dia escreveria um romance erótico, Vargas Llosa respondeu: "Eu tentei fazer isso, mas sem o mesmo sucesso".

"Quando um romance foca apenas na experiência sexual, pode ser monótono, repetitivo, pode se tornar uma experiência tediosa", disse Vargas Llosa. "No entanto, o componente sexual não pode ser excluído de um grande romance, assim como o erotismo. É muito difícil excluir o sexo, porque o sexo é uma parte muito importante da vida humana. Erotismo é a expressão da civilização, enquanto o sexo é brutal, é alguma coisa de animal".

  • Divulgação

    Capas da trilogia "Cinquenta Tons de Cinza", da inglesa E.L. James

Vargas Llosa, autor de "A Cidade e os Cachorros" e "A Festa do Bode", estava em Nova York para falar sobre "O Sonho do Celta", com o tradutor Edith Grossman. O autor também lembrou o recente aniversário de 50 anos da "explosão latina-americana" do movimento literário da década de 1960 que o levou à proeminência junto com Gabriel García Márquez e Carlos Fuentes.

"Isso significa solidariedade, um sentimento de pertencer a uma comunidade e uma conexão entre a América Latina e a Espanha. Foi uma experiência muito gratificante", disse Vargas Llosa.