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Novo livro de Paulo Coelho, "A Espiã" será lançado em novembro

O escritor Paulo Coelho durante uma tarde de autógrafo - Reprodução/HTMLgiant
O escritor Paulo Coelho durante uma tarde de autógrafo Imagem: Reprodução/HTMLgiant

Mauretta Capuano

Da Ansa, em Roma (Itália)

27/06/2016 21h15

O novo lançamento do escritor Paulo Coelho, o livro "A Espiã", chegará às livrarias de todo mundo no dia 10 de novembro. O romance é dedicado a Marta Hari, dançarina holandesa acusada de espionagem durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e intitulada pelo brasileiro como "uma das primeiras feministas".

"Paulo Coelho, a cada nova obra, surpreende os seus leitores e editores", afirmou Elisabetta Sgarbi, diretora geral de La Nase di Teseo, editora responsável pela publicação italiana. Com mais de 10 mil cópias vendidas apenas na Itália e mais de 200 milhões no mundo, Coelho é o autor vivo mais traduzido do planeta, publicado em 80 línguas, e o com mais seguidores nas redes sociais, tendo 28 milhões de fãs no Facebook e 11 milhões de admiradores no Twitter.

O brasileiro imaginou a obra "A Espiã" em primeira pessoa, contando a vida de Mata Hari através da sua última carta, escrita uma semana antes da sua execução. O romance narra como, por exemplo, em frente ao pelotão, olhando para os seus assassinos e depois de ter negado a se ajoelhar, a holandesa diz que está pronta para sua sentença.

"Eu me vi com uma montanha de documentos nas mãos, mas também com algumas perguntas: 'o que Mata Hari escrevia nessas cartas? E como ela acabou ficando no meio de tantas armadilhas, preparadas pelos seus amigos e inimigos?", conta Coelho, que conseguiu ter à sua disposição um verdadeiro tesouro de informações.  

Nos últimos 20 anos, os serviços secretos da Inglaterra, da Alemanha e da Holanda tornaram públicos vários documentos que tratam da espiã. Cortesã, dançarina exótica, acusada de espionagem e condenada à morte, Mata Hari ousou se liberar do moralismo e dos costumes do início do século 20, mas pagou com sua vida para isso.

A única culpa da holandesa foi ser "uma mulher livre" e enquanto esperava pela sua execução, seu único pedido foi papel e caneta para escrever algumas cartas. Assim, da sua prisão em Paris, Mata Hari relembrou as escolhas que fez em seu cotidiano, com astúcia e pensamento estratégico, procurando relembrar sua vida: da infância em uma pequena cidade holandesa, aos anos infelizes como mulher de um diplomata bêbado na ilha de Java, até a sua fama conseguida na França.

"Mata Hari foi uma das primeiras feministas, desafiou as expectativas dos homens da época e escolheu ter uma vida independente a uma convencional. Da sua vida vida podemos trazer lições que valem até hoje, quando os inocentes pagam com a vida às acusações dos poderosos", disse o escritor brasileiro.

"Paulo Coelho sempre contou a história de mulheres exuberantes, controversas, mas extraordinariamente livres. O seu novo livro, 'A Espiã", é a exaltação desse aspecto através de uma figura histórica, Mata Hari. E por se tratar de uma verdade histórica, o romance fica, se possível, ainda mais capaz de ter efeito em um mundo onde as mulheres devem ser mais respeitadas", afirmou Sgarbi.

O último romance lançado por Paulo Coelho foi "Adultério" em maio do ano retrasado.