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Sebastião Salgado inaugura exposição em Veneza

ANSA

01/02/2014 14h00

Foi inaugurada neste sábado (1) em Veneza, Itália, uma exposição do lendário fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que levou à cidade o seu celebrado projeto "Genesis", reunindo diversas imagens de regiões remotas espalhadas por todo o planeta. Trata-se de uma "viagem de descobrimento do nosso ambiente e do nosso planeta, tal qual era e como é", segundo declarou o próprio artista durante a estreia.   

A mostra fica em cartaz até o dia 11 de maio na galeria Ter Oci e compreende 240 fotografias em preto e branco que se propõem a "contribuir para a salvação do planeta, a incentivar uma mudança no estilo de vida e a criar uma nova harmonia entre o homem e a natureza", de acordo com o veterano fotógrafo, que no dia 8 de fevereiro completa 70 anos.   

"Nós somos parte de tudo que nos rodeia. Achamos que vivemos muito tempo, mas a natureza vive muito mais que nós. Não podemos deixar de pensar que somos parte de uma totalidade, por isso meu projeto é um projeto de vida", disse Salgado em entrevista à ANSA. O fotógrafo, conhecido pela postura ativista, também reclamou da falta de recursos para preservar o meio ambiente, enquanto é possível levantar dinheiro facilmente para a fabricação de aviões de guerra.   

"Hoje o nosso dever é trabalhar para não deixar que o deserto nos devore, uma vez que dentro de poucas décadas, a imensa maioria dos habitantes da Terra viverá em megalópoles", acrescentou. As 240 imagens da exposição fazem o público viajar pelas selvas tropicais da Amazônia, do Congo, da Indonésia e da Nova Guiné, pelos glaciares da Antártida, pelas florestas boreais do Alasca, pelos desertos da América e da África, e pelas montanhas de Chile, Argentina e Sibéria.   

"Eu vejo esse projeto como uma viagem rumo ao redescobrimento do papel do homem na natureza", salientou Salgado, explicando que o nome "Genesis" foi escolhido porque o trabalho, na medida do possível, o levou às origens do planeta. Ou seja, "a água e o fogo que criaram a vida, as espécies que resistiram à domesticação, as tribos remotas que rejeitaram qualquer contaminação e as formas primitivas de assentamentos e organizações humanas", completou.