Imprensa chinesa evita publicar críticas de Vargas Llosa a governos autoritários
XANGAI, 15 JUN (ANSA) - A imprensa chinesa evitou publicar as críticas do escritor peruano Mario Vargas Llosa aos governos autoritários que "corrompem a sociedade" feitas durante uma palestra na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, onde foi nomeado professor honorário.
Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura 2010, não citou explicitamente a China, mas criticou o autoritarismo de alguns governos afirmando que em seu livro "Conversa na Catedral", de 1969, tentou justamente mostrar que as ditaduras corrompem a sociedade e envenenam também as atividades que não são estritamente políticas.
"A política não deveria ser deixada somente nas mãos dos políticos propriamente ditos, porque os políticos logo começam a se equivocar. Cada cidadão deveria participar ativamente da vida política do país", disse o escritor aos estudantes.
A imprensa chinesa não publicou estas declarações e limitou-se a falar sobre sua atividade literária e de como o fato dele ter ganhado o Nobel mudou sua vida e seu trabalho.
Não é a primeira vez que uma declaração de Vargas Llosa não é bem vista pelo governo do país. No ano passado, ele apoiou o chinês Liu Xiaobo, prêmio Nobel da Paz, condenado em 2009 a 11 anos de prisão por "subversão aos poderes do Estado". O autor definiu-o como um "combatente chinês, campeão da democracia em seu país".
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