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MAM recebe "abraçaço" e registra boletim de ocorrência contra agressões

Artistas fazem ato em defesa do MAM, que sediou uma performance com um nu artístico - Folhapress
Artistas fazem ato em defesa do MAM, que sediou uma performance com um nu artístico Imagem: Folhapress

Em São Paulo

01/10/2017 17h20

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) recebeu neste domingo, 1, mais de uma centena de artistas e diretores de museus que prestaram solidariedade à instituição pelas agressões que vem sofrendo nos últimos dias. Um ‘abraçaço’ em torno da sede do museu selou o compromisso de importantes nomes das artes visuais do Brasil, entre eles Paulo Pasta, Ivo Mesquita, Aguilar e Guto Lacaz, contra atos de barbárie perpetrados contra instituições como o MAM, que, na sexta-feira, segundo nota da direção do museu, "foi invadido e seus colaboradores e visitantes foram alvo de ofensas e agressões verbais em claro ato intimidatório".

No sábado, representantes de movimentos conservadores protestaram contra a performance do bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz no dia da abertura da 35ª. edição do Panorama da Arte Brasileira, terça, 26. Dessa vez, segundo a nota de posicionamento do MAM, "além das agressões verbais, cometeram atos de violência física contra visitantes e colaboradores". Em resposta às agressões, o museu registrou dois boletins de ocorrência, "nos quais constam também denúncias de ameaças de danos ao patrimônio por meio de telefonemas anônimos e mensagens em plataformas de mídias sociais".

Na nota, o MAM esclarece mais uma vez que a performance "La Bête", realizada na abertura do Panorama, "se deu com a sala sinalizada, incluindo a informação de nudez artística, seguindo o procedimento regularmente adotado pela instituição de informar os visitantes quanto a temas sensíveis".

O trabalho apresentado na ocasião, afirma a nota, "não tem conteúdo erótico e se limitou a uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas."

Na performance, o coreógrafo Wagner Schwartz manipula um "bicho" de plástico (originalmente uma peça articulável de metal), colocando-se à disposição do público para ser igualmente articulado. Uma pessoa presente gravou a performance em vídeo e o transmitiu por rede social. O vídeo viralizou e foi interpretado por internautas como um ato de pedofilia, porque uma mãe e sua filha menor tocaram no corpo do performer.

"O museu reitera ainda que a criança que aparece no vídeo veiculado por terceiros era visitante e estava acompanhada e supervisionada por sua mãe e que as referências à inadequação da situação são resultado de desinformação, deturpação do contexto e do significado da obra".

"O MAM considera pertinente o debate para o aprimoramento e difusão do marco legal de classificação indicativa nos museus, ao mesmo tempo em que defende a liberdade de expressão na produção cultural", conclui a nota, agradecendo as manifestações de apoio que tem recebido de instituições culturais e do público. Até a hora do fechamento do museu neste domingo ainda pairavam no ar ameaças de grupos radicais conservadores, segundo a assessoria do museu.

3 Comentários

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charlesmsouza9825808

Agora ficou fácil identificar quem devemos afastar. Estas pessoas deve ser demitidos.

98lk67ti44cl

Adivinha o partido desta turma? Kkkk. Bizarro defenderem isso....uma patifaria que deve ser punida com rigor....colocar uma criança pra apalpar um tosco não eh arte.. Eh igual ejacular nas mulheres no ônibus....nada de arte...eh crime. precisa botar ordem neste país.

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