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Filme iraniano conquista Urso de Ouro em Berlim

Da agência AFP, em Berlim (Alemanha)

29/02/2020 17h22

O filme "There Is No Evil", do iraniano Mohammad Rasoulof, impedido por autoridades de sair daquele país, foi premiado hoje como o Urso de Ouro do 70º Festival de Berlim, em uma edição de forte caráter político.

O júri, presidido pelo britânico Jeremy Irons, concedeu o prêmio máximo ao filme de Rasoulof, que aborda a pena de morte, um tabu no Irã. O diretor está impedido de deixar seu país devido ao filme "Lerd", que denuncia a corrupção no Irã e foi premiado em Cannes em 2017.

"Gostaria que ele estivesse aqui. Muito obrigado a toda esta equipe incrível que arriscou sua vida para estar no filme", disse o produtor Farzad Pak ao receber o troféu.

O filme favorito da crítica, "Never Rarely Sometimes Always", da americana Eliza Hittman e que defende o direito ao aborto, levou o Grande Prêmio do Júri.

Os atores Elio Germano, da Itália, e Paula Beer, da Alemanha, levaram os troféus de melhor interpretação, por seus papéis em "Hidden Away" e "Undine". O drama brasileiro "Todos os Mortos" não foi premiado.

Filme iraniano - Annegret Hilse/Reuters - Annegret Hilse/Reuters
Na imagem, Baran Rasoulof, atriz de "There Is No Evil", segura o Urso de Ouro
Imagem: Annegret Hilse/Reuters

Seguem abaixo os premiados na 70ª edição do Festival de cinema de Berlim:

  • Urso de Ouro de melhor filme: "There Is No Evil", do iraniano Mohammad Rasoulof
  • Grande Prêmio do Júri: "Never Rarely Sometimes Always", da americana Eliza Hittman
  • Urso de Prata de melhor diretor: Hang Sang soo, por "The Woman Who Run" (Coreia do Sul)
  • Urso de Prata de melhor atriz: a alemã Paula Beer, por "Undine"
  • Urso de Prata de melhor ator: o italiano Elio Germano, por "Hidden Away" ("Volevo Nascondermi")
  • Urso de Prata de melhor contribuição artística: Jürgen Jürges, pela fotografia de "DAU. Natasha", de Ilya Khrzhanovsky e Jekaterina Oertel
  • Urso de Prata de melhor roteiro: "Favolacce" ("Bad Tales"), de Fabio e Damiano D'Innocenzo (Itália)
  • Urso de Prata pelos 70 anos do festival: "Effacer l'Historique", de Benoît Delépine e Gustave Kerven (França)
  • Melhor documentário: "Irradiés", de Rithy Panh (França)