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Terry Jones, do Monty Python, morre aos 77 anos

22/01/2020 12h32

Londres, 22 Jan 2020 (AFP) - Um dos integrantes do grupo Monty Python, Terry Jones, morreu aos 77 anos, informou sua família em comunicado nesta quarta-feira, após uma longa batalha contra uma forma rara de demência.

"Terry faleceu na noite de 21 de janeiro de 2020 aos 77 anos de idade, com sua esposa Anna Soderstrom ao seu lado, depois de uma batalha longa, extremamente corajosa, mas sempre bem-humorada, com uma forma rara de demência, a FTD", anunciou sua família em um comunicado.

"Seu trabalho com Monty Python, seus livros, filmes, programas de televisão, poemas e outros trabalhos viverão para sempre, um legado adequado para um verdadeiro artista multifacetado", acrescenta o texto que presta homenagem aos muitos talentos do comediante.

"Parece estranho que um homem de tantos talentos e entusiasmo inesgotável se apague tão docemente...", reagiu no Twitter seu colega John Cleese.

"Entre as suas muitas realizações, o maior presente que ele nos deu foi o roteiro de 'A vida de Brian'. A perfeição", acrescentou.

Um dos pilares do Monty Python, Jones dirigiu alguns dos trabalhos mais amados e marcantes da trupe de comédia, incluindo o filme "A vida de Brian", de 1979, sobre um homem confundido com o Filho de Deus, o que provocou críticas da Igreja.

Interpretando a mãe de Brian, Mandy Cohen, ele eternizou a frase: "Ouçam aqui! Ele não é o Messias. Ele é um garoto muito travesso!".

Outro integrante do Monty Python, Michael Palin, reagiu à morte de Jones dizendo que perde "um dos (seus) melhores amigos" e saudou um "autor-intérprete entre os mais engraçados da sua geração e um comediante do Renascimento completo: autor, diretor, animador, historiador, escritor infantil brilhante".

Nascido em 1 de fevereiro de 1942 em Colwyn Bay, no País de Gales, Terry Jones co-dirigiu com Terry Gilliam "Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado" em 1975 e apareceu com uma variedade de personagens na série de televisão "Flying Circus de Monty Python".

Terry Jones não usou suas qualidades como medievalista apenas para o delirante "Cálice Sagrado", mas as usou para escrever livros de história e realizar documentários.

Ele também assinou a produção de "Monty Python - O Sentido da Vida", o último filme de Monty Python, em 1983, no qual interpretou um dono de restaurante obeso, famoso por seu "preciso de um balde, vou vomitar".

Terry Jones teve dois filhos de seu primeiro casamento com Alison Telfer, com quem se casou em 1970, e se tornou pai novamente com sua última esposa, aos 67 anos.

Ele voltou ao palco em 2014 com o resto da trupe - John Cleese, Michael Palin, Terry Gilliam e Eric Idle - para uma série de shows.

Sua família - esposa Anna e filhos Bill, Sally, Siri - disse que ele travou uma "batalha extremamente corajosa, mas sempre bem-humorada" contra a demência frontotemporal (DFT).

"Vivíamos na presença de um homem extraordinariamente talentoso, brincalhão e feliz, levando uma vida verdadeiramente autêntica e, em suas palavras, 'amorosamente coberto de glicose'", acrescentaram.

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