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Chelsea Manning isolada há mais de duas semanas, denunciam seus apoiadores

23/03/2019 19h22

Washington, 23 Mar 2019 (AFP) - Chelsea Manning, a ativista que foi presa por se recusar a depor perante um grande júri que investiga o WikiLeaks, foi mantida em confinamento solitário por mais de duas semanas, informaram seus apoiadores neste sábado.

Desde que foi enviada a um centro de detenção em Alexandria, Virgínia, no início deste mês, "o Chelsea foi colocada em segregação administrativa (...), um termo criado para parecer menos cruel do que 'confinamento solitário'", disse o grupo Chelsea Resists (Chelsea Resists).

"No entanto, ela foi mantida em sua cela por 22 horas por dia. Chelsea não pode ficar fora de sua cela enquanto outros presos estão fora, então ela não pode falar com outras pessoas ou visitar a biblioteca jurídica, e não tem acesso a livros nem material de leitura. Ela não fica fora há 16 dias", acrescentaram.

"Mantê-la nessas condições por mais de 15 dias significa tortura, possivelmente em uma tentativa de forçá-la a cumprir o grande júri".

Manning, que foi considerada culpada em 2013 por vazar para o WikiLeaks mais de 700 mil documentos secretos americanos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão, foi considerada em desacato pao tribunal em 8 de março, depois de recusar uma ação judicial para testemunhar na investigação sobre o WikiLeaks.

A mulher transgênero, de 31 anos, citou objeções "éticas" ao sistema do grande júri.

O grupo Chelsea Resists relatou que o confinamento está afetando sua saúde mental, evocando sua experiência de 2013, quando era Bradley Manning, ex-soldado e analista do Exército dos EUA, condenado a 35 anos de prisão.

Naquela época, Manning, que mudou sua identidade sexual, passou um tempo na solitária e tentou o suicídio duas vezes antes de sua sentença ser comutada em 2017 pelo presidente Barack Obama.

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