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Atrizes de Hollywood e treinadores envolvidos em escândalo de admissão universitária

12/03/2019 19h40

Nova York, 12 Mar 2019 (AFP) - Dezenas de pais ricos, incluindo duas atrizes de Hollywood, foram indiciados nesta terça-feira por um esquema de pagamento de propinas milionárias para que seus filhos entrassem em universidades de prestígio nos Estados Unidos.

As atrizes Felicity Huffman ("Desperate Housewives"), de 56 anos, e Lori Loughlin ("Full House"), de 54, bem como vários empresários fazem parte dos 50 acusados e "foram detidos por agentes federais em vários estados", informou o escritório do procurador federal de Massachusetts, que lidera o caso.

Como os demais pais, Loughlin e Huffman podem ser condenadas a até 20 anos de prisão pelo crime de transferência fraudulenta de fundos, do qual são acusadas.

O esquema, de âmbito nacional, "facilitou trapaças nos exames de admissão universitária e na admissão de estudantes em universidades de elite como supostos atletas".

Treinadores esportivos de Yale, Stanford, da Universidade do Sul da Califórnia (USC), da Universidade do Texas, Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Wake Forest e Georgetown também estão envolvidos no escândalo, por aceitar estudantes em suas equipes mediante pagamento de suborno e não com base no mérito esportivo, acrescentou a procuradoria em uma declaração.

"Não pode haver um sistema de admissão diferente para pessoas ricas", disse o promotor federal de Massachusetts, Andrew Lelling, em entrevista coletiva em Boston. "Não pode haver um sistema judicial diferente para eles também".

"Estes pais eram um catálogo de riqueza e privilégio. Incluem, por exemplo, presidentes de empresas públicas e privadas, bem-sucedidos investidores imobiliários e de valores, duas atrizes conhecidas, um estilista famoso e o codirector de um escritório de advocacia mundial", disse Lelling.

O acusado de liderar o esquema, William Singer, recebeu 25 milhões de dólares em subornos de pais entre 2011 e fevereiro de 2019. Ele pode ser condenado a até 55 anos de prisão.

Lelling disse que 38 dos 50 acusados foram detidos em seis estados, e sete negociam sua rendição.

Em alguns casos, Singer subornava treinadores para aceitarem estudantes em suas equipes, e em outros criava perfis atléticos falsos para os filhos de seus clientes, inventando conquistas esportivas e falsificando fotografias dos jovens praticando esportes.

Além disso, Singer cobrava entre 15.000 e 75.000 dólares para corrigir respostas erradas nos exames de admissão universitária dos filhos de seus clientes, ou para que uma pessoa fizesse as provas por eles.

Um acusado que colabora com a justiça e coordenou o esquema contou que ofereceu a Huffman que mediasse a correção das respostas do exame de admissão (SAT) de sua filha. Huffman é acusada de pagar US$ 15 mil pelo teste modificado de sua filha mais velha e por ter iniciado o mesmo processo para sua filha mais nova, apesar de ter abandonado a ideia.

Loughlin e seu marido, o estilista Mossimo Giannulli, também acusado, teriam acordado o pagamento de meio milhão de dólares para que suas filhas fossem incluídas na equipe de remo da USC, apesar de não serem remadoras. As duas filhas do casal foram aceitas na USC.

A testemunha contou como, com a ajuda de outras pessoas, conseguia corrigir o resultado dos exames de admissão dos filhos de seus clientes.

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