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EUA vigiaram jornalistas que seguiram imigrantes da América Central

07/03/2019 18h58

Washington, 7 Mar 2019 (AFP) - Autoridades dos Estados Unidos criaram um banco de dados secreto de jornalistas e ativistas humanitários que acompanharam a caravana de imigrantes da América Central que tentou entrar nos Estados Unidos através do México no ano passado.

A informação foi divulgada pelo canal NBC, que citou documentos transmitidos por uma fonte da diplomacia que não quis ser identificada.

A base de dados incluía pessoas que deviam ser controladas na fronteira entre os Estados Unidos e o México, segundo a fonte.

Entre os indivíduos apontados pela polícia de fronteira estavam 10 jornalistas, incluindo sete americanos, um advogado também dos Estados Unidos e 47 pessoas dos Estados Unidos e outros estados qualificados como organizadores, instigadores ou cujo papel era desconhecido.

A lista inclui membros de associações de defesa dos migrantes como Border Angels e Pueblo Sin Fronteras, segundo a NBC.

Essas pessoas não apenas entraram para uma lista, como também tiveram uma ficha criada para cada uma delas.

"Somos uma agência de investigação criminal, não uma agência de inteligência. Não podemos fazer relatórios sobre pessoas, e eles estão fazendo relatórios sobre pessoas. É um abuso", lamentou a fonte, de acordo com a NBC.

Contactado pela cadeia de televisão, um porta-voz do serviço de alfândega e proteção de fronteira recusou-se a confirmar ou negar a validade dos documentos apresentados pela mídia.

Nos últimos meses, várias caravanas de migrantes deixaram a América Central em direção aos Estados Unidos, apesar dos esforços da administração do presidente Donald Trump para impedir a imigração ilegal.

A Chancelaria do México disse que vai pedir informações aos Estados Unidos "para esclarecer qualquer possível caso de espionagem ilegal".

O México "não realiza tarefa de vigilância ilegal de pessoas, sob nenhuma categoria ou tipo de atividade", acrescentou a Chancelaria em nota.

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