Acusado de agressão sexual, chef Mario Batali vende seus restaurantes
Nova York, 6 Mar 2019 (AFP) - O chef americano Mario Batali, denunciado por várias mulheres por estupro e agressão sexual, vendeu sua participação em todos os seus restaurantes, anunciou, nesta quarta-feira, a nova empresa que os agrupa.
"Queremos dizer a todos que Mario deixou completamente o nosso negócio. Esta semana adquirimos sua participação em nossos restaurantes", escreveram os irmãos Tanya e Joe Bastianich, sócios de Batali por duas décadas, em uma carta aos funcionários do grupo.
Os Bastiancich também confirmaram a dissolução do grupo Batali & Bastianich Hospitality, cujo valor chegou a ser estimado em cerca de 250 milhões de dólares, e a criação de uma nova empresa.
O chef de ascendência italiana também negocia a venda de sua parte na gigante loja Eataly, em Chelsea, onde seus molhos e mais de 10 livros de receitas não são mais vendidos, informou um porta-voz da Eataly ao The New York Times.
A polícia de Nova York encerrou, em janeiro, duas investigações contra Batali, de 58 anos, sem indiciá-lo.
Batali foi acusado no ano passado por uma funcionária de tê-la estuprado em 2005 no "The Spotted Pig", um dos seus 26 restaurantes localizados em Greenwich Village e frequentado por celebridades.
A mulher, que não quis se identificar, disse que o chef a drogou e estuprou quando ela estava inconsciente. Ela relatou que quando voltou a si, tinha esperma em suas roupas.
Após ir ao hospital, entrou em contato com a polícia, mas finalmente desistiu de apresentar uma queixa, e as provas de estupro que haviam sido colhidas no hospital não foram guardadas.
O chef nega as acusações.
Uma funcionária do "The Spotted Pig", Jamie Seet, afirmou ter testemunhado um incidente similar em 2008 através das câmeras de vigilância do restaurante. Ela contou que vários funcionários tiveram que intervir para impedir o abuso contra uma mulher que estava inconsciente.
O outrora prestigiado chef, conhecido por seu rabo-de-cavalo ruivo e crocs laranja, já havia sido acusado de assédio sexual.
As acusações levaram-no a pedir desculpas pelos seus "numerosos erros" e a abandonar o programa televisivo "The Chew", do qual era uma das estrelas. Mas seguia proprietário dos restaurantes.
tu-lbc/rsr/mr
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