Novo documentário sobre Michael Jackson aborda acusação de pedofilia
Nova York, 1 Mar 2019 (AFP) - Para os fãs em todo o mundo, Michael Jackson está vivo: sua arte é onipresente, sua influência cultural é incomparável e as sombras de todos os escândalos parecem ter sumido.
Mas um novo documentário sobre as acusações de pedofilia contra o rei do pop trouxe novamente detalhes assustadores sobre as histórias de dois homens que garantem que Jackson abusou sexualmente deles durante anos quando eram menores.
"Leaving Neverland", uma produção com quatro horas de duração do diretor britânico Dan Reed, é considerada tão explosiva, que em sua estreia em janeiro no Festival de Cinema de Sundance contou com assistência psicológica à disposição do público que acompanhou a exibição.
O documentário é centrado na história de James Safechuck, de 41 anos, e Wade Robson, de 36, que relembram como o cantor abusou deles quando eram crianças.
Ambos descrevem como foram atraídos pelo astro: ele os convidou a participar de sua vida de sonho, ganhou a confiança de suas famílias e os manipulou para que mantivessem a relação sexual em segredo.
"Você e eu fomos unidos por Deus", teria dito Jackson, segundo Robson.
As mães dos dois também falam como foram seduzidas pelo culto a Jackson e a culpa que sentem por terem deixado seus filhos dentro do mundo cantor.
O australiano Robson, atualmente um reconhecido coreógrafo, conheceu Jackson depois de ganhar um concurso de dança quando tinha cinco anos.
Aos sete, foi convidado pelo astro para visitar sua mansão Neverland, na Califórnia, onde, segundo Robson, começou o abuso.
Safechuk, que garante que as relações iniciaram quando tinha 10 anos, após participar de um comercial da Pepsi com Michael Jackson, conta uma história similar.
Contou que o astro lhe disse que se alguém soubesse o que estava acontecendo entre eles, suas vidas "acabariam".
- Décadas de negação - Esta é primeira vez desde a morte do cantor em 2009, aos 50 anos por overdose, que este assunto vem à luz. Enquanto vivo, o artista enfrentou nos tribunais americanos acusações semelhantes.
A HBO, emissora de TV a cabo americana que pretende exibir o documentário neste fim de semana em duas partes, está sendo processada em 100 milhões de dólares pelos administradores do patrimônio do cantor pelo "assassinato póstumo de personagem", e garantem que a exibição viola uma posição assumida pela empresa de não falar mal do ícone pop, por conta de um acordo estabelecido após a liberação da exibição de seus shows no canal.
Em 1993, Jackson foi acusado de abusar de um menino de 13 anos e encerrou o caso com um acordo extrajudicial. Nesse processo Robson e Safechuck testemunharam a favor do músico garantindo que ele nunca havia tocado neles.
Em 2003, em um novo julgamento, Safechuk não se pronunciou, mas Robson voltou a defender Jackson, que foi absolvio.
Apesar de terem sido consultados em várias ocasiões pelas autoridades e familiares, nenhum dos dois mudou a história até há pouco tempo, quando se tornaram pais.
Ambos tentaram abrir novos processos, mas as ações foram rejeitadas pelo suposto crime ter prescrito.
mdo/ft/cbr/lca
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