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Michael Kors e Marc Jacobs encerram a Semana de Moda de Nova York

14/02/2019 19h54

Nova York, 14 Fev 2019 (AFP) - A Semana de Moda de Nova York encerrou na quarta-feira com os desfiles de Michael Kors e Marc Jacobs, opostos um do outro, entre a luz e a escuridão.

Com a onda de deserções que afetou o famoso evento nos útlimos anos, as referências são escassas, e neste ano surgiram no início e no final da semana de moda, aberta por Tom Ford e Ralph Lauren.

No meio, tiveram espaço novos talentos como Sies Marjan, Telfar, Vaquera, Eckhaus Latta e Proenza Schouler, que deram gás a uma semana de moda cuja legitimidade é questionada com frequência.

- Michael Kors: fogo e glamour Primeiro a desfilar na quarta-feira, o estilista de 59 anos sabe, provavelmente mais do que qualquer um no evento, criar uma coleção sobre um tema e dar consistência a ela.

Nessa temporada, voltou a buscar inspiração no Studio 54, lendária boate de Nova York dos anos 70 e 80, onde passou mais de uma noite, segundo ele mesmo.

Vestidos de lantejoulas, camisas decotadas com estampas de serpentes e flores, vestido de jérsei dourado, casacos mongóis e de pele foram os clássicos da época disco atualizados no desfile, com um toque de modernidade necessário para continuarem na moda.

Michael Kors foi além incluindo um grande terno de lantejoulas e plumas nos punhos, com o qual desfilou a modelo Bella Hadid.

O cantor Barry Manilow, de 75 anos, encerrou o desfile interpretando seu sucesso de 1978 "Copacabana", rodeado de modelos que dançavam.

Em uma Semana de Moda onde as celebridades foram escassas, o estilista contou com as atrizes Priyanka Chopra, Kerry Washington, Regina King, Kate Hudson e Catherine Zeta-Jones entre seu público.

- Marc Jacobs revive o trapézio O nova-iorquino se inspirou nos anos 50 para essa coleção e reviveu a silhueta trapézio, também conhecida como sino, popularizada pela Balenciaga e que já apareceu nas passarelas da Lanvin e de Saint Laurent, que dá mais fluidez ao corpo feminino.

Certas peças, como um casaco no tom pistache com cinto grande e uma capa de leopardo, poderiam ter saído diretamente daquela época, mas a maioria das outras foram apresentadas como uma reinterpretação modernizada desse estilo.

Como de costume, Marc Jacobs jogou com volumes e materiais, mas privilegiou o look sobre o detalhe técnico.

Um vestido cinza se destacava na passarela, com centenas de babados, usados por uma modelo cujos braços ficavam invisíveis, escondidos por duas enormes mangas bufantes.

Apesar do tamanho dos casacos e de muitos vestidos, o tom pareceu bem menos extravagante que de costume, longe das "mulheres-flores" da temporada passada ou da opulência dos anos 80 de um ano atrás.

- Luar: a mudança de milênio Na esteira da escola da Hood By Air, marca de moda urbana da qual é cofundador, o estilista Raul Lopez continua agora seu caminho com a marca Luar, criada em 2011 e considerada uma das estrelas em ascensão da Semana de Moda.

Outra geração, outras referências: enquanto os estilistas mais veteranos pensam nos anos 70 e 50, Lopez elegeu a mudança de milênio, precisamente o período de 1996 a 2005, durante o qual, segundo ele, "as mulheres voltaram a ser sexy".

O estilista lembra com admiração Céline Dion e a rapper Lil' Kim. "Disse a mim mesmo: quero ser elas", disse após o desfile.

O estilista colocou o terno em evidência, mas com um formato desestruturado com uma calça de um lado e saia do outro.

Adepto de uma moda "fluida", apta para todos sem distinção de gênero, Raúl López também conseguiu uma integração dos cintos, usados de maneira clássica ao redor do busto e das pernas.

- Aliette: o sabor da Martinica Entre os novos talentos surgiu Aliétte, marca do ex-estilista Jason Rembert, que apresentou na última quarta-feira uma coleção inspirada na Martinica, local de origem de sua bisavó.

O clima era de fantasia, porque o próprio estilista nunca esteve nas Antilhas. "A Martinica sempre será para mim esse lugar mítico e majestuoso a que sempre quis ir", disse o estilista.

Rembert pesquisou sobre as vestimentas tradicionais das Antilhas, "arquitetônicas e potentes", que influenciaram na coleção.

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