Irã prendeu 860 jornalistas entre 1979 e 2009
Paris, 7 Fev 2019 (AFP) - Ao menos 860 jornalistas foram detidos pelo regime iraniano, e quatro deles executados, nos 30 anos posteriores à revolução de 1979, afirma a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que tem como base um "registro oficial" da justiça iraniana.
Este registro inédito, obtido graças a denunciantes detalha "todos as prisões, detenções e execuções cometidas pelas autoridades iranianas durante décadas na região de Teerã", destacou a RSF em uma entrevista coletiva em Paris,na qual estava presente a iraniana Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz em 2003.
O arquivo contém quase 1,7 milhão de registros de procedimentos judiciai e, embora as profissões das pessoas não constem na lista, a RSF afirmou que os pesquisadores levaram meses para compilar e verificar os nomes de 860 jornalistas ou cidadãos-jornalistas que foram detidos.
"A existência deste arquivo e os milhões de dados contidos mostram não apenas a escala das mentiras do regime iraniano por anos, quando afirmam que em suas prisões não há presos políticos ou jornalistas, mas também as implacáveis maquinações que utilizou durante 40 anos para perseguir homens e mulheres por suas opiniões ou suas reportagens", afirma em um comunicado o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.
Os resultados serão apresentados à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
Entre os 860 jornalistas detidos pelo menos quatro foram executados, afirma a RSF.
Além disso, "dezenas de outros presos de consciência - blogueiros ou ativistas políticos que dirigiam meios de comunicação - também foram executados pelo regime", segundo a RSF, que não apresenta números precisos.
mw/meb/ra/fp
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