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UE urge gigantes da internet a intensificarem combate à desinformação

29/01/2019 18h04

Bruxelas, 29 Jan 2019 (AFP) - A Comissão Europeia urgiu, nesta terça-feira (29) o Facebook, Twitter e Google a "intensificarem" seus esforços contra a desinformação on-line a poucos meses das eleições europeias, para evitar lamentos "no dia seguinte".

A União Europeia, que enfrenta o divórcio com o Reino Unido com base em um referendo de 2016 que pode ter sido alvo de uma campanha de desinformação, prevê agora inclusive medidas vinculativas no caso de resultados insuficientes destas empresas.

"Não queremos acordar no dia seguinte das eleições e perceber que poderíamos ter feito mais", indicou o comissário europeu da União para a Segurança, Julian King, acrescentando que deve-se "ir mais longe e mais rápido antes das eleições de maio".

Ante a proximidade das eleições, a UE transformou em uma prioridade a luta "contra a propagação de desinformação deliberada, sistemática e em grande escala" na internet, como a definiram em dezembro os 28 mandatários da UE.

Bruxelas apresentou em dezembro um plano que prevê criar um "sistema de alerta rápido" entre instituições e países para compartilhar dados sobre campanhas de desinformação, em um contexto de medo pelas ações da Rússia e de auge de forças populistas no bloco.

O novo chamado da Comissão aos gigantes do setor digital chega meses depois da entrada em vigor de um "Código de Conduta" não vinculativo, assinado em 2018 por estas plataformas digitais. Um primeiro balanço foi apresentado nesta terça-feira.

A Comissão Europeia reconheceu que "houve alguns progressos, especialmente no que diz respeito à eliminação de contas falsas e à limitação da visibilidade dos sites que promovem a desinformação".

Mas "são necessárias medidas adicionais para garantir a transparência total da propaganda política antes do início da campanha para as eleições europeias em todos os países da UE", acrescentou.

Bruxelas pede também que as plataformas signatárias (Facebook, Google, Twitter e Mozilla) permitam um "acesso apropriado" dos investigadores a seus dados e que melhorem sua cooperação com as autoridades nacionais.

O executivo do bloco passará a publicar informes mensais baseados em uma "avaliação completa" de sua aplicação até o fim do ano, e advertiu que, caso os resultados sejam insuficientes, poderá propor ações regulamentares, abandonando o caráter voluntário da iniciativa.

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