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CPJ: jornalistas são cada vez mais alvos da violência

19/12/2018 06h05

Nova York, 19 dez 2018 (AFP) - O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) lamentou nesta quarta-feira as crescentes ameaças enfrentadas pelos jornalistas em todo o mundo, com um aumento do número de profissionais assassinados por seu trabalho em 2018 na comparação com o ano anterior.

De acordo com o CPJ, 53 jornalistas foram assassinados entre 1 de janeiro e 14 de dezembro de 2018, contra 47 em 2017. Do total, 34 foram executados de maneira premeditada, incluindo o saudita Jamal Khashoggi, contra 18 em 2017.

Ao mesmo tempo, o número de jornalistas mortos em coberturas de conflitos é o menor desde 2011, com 13 vítimas fatais em 2018, segundo o CPJ, o se que explica, em parte, pela dificuldade de acesso às guerras na Síria e Iêmen.

Os números do CPJ, que tem sede em Nova York, são menores que os divulgados na véspera em Paris pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que citou 80 jornalistas assassinados em 2018.

A metodologia da RSF é diferente e inclui jornalistas não profissionais e funcionários de empresas de comunicação.

Mas as conclusões das duas organizações de defesa dos jornalistas são similares.

O CPJ destaca, como a RSF, que o Afeganistão foi o país mais violento para os jornalistas este ano.

A capital afegã foi cenário de um grande atentado em 30 de abril que matou 25 pessoas, incluindo nove jornalistas, entre eles o fotógrafo da AFP Shah Marai.

Tanto o CPJ como a RSF lamentam o elevado número de jornalistas presos, 251 em 2018 (272 em 2017), em um contexto de ataques cada vez maiores à liberdade de imprensa.

O CPJ também critica a "falta de liderança internacional" para defender os repórteres, em uma referência ao caso de Jamal Khashoggi, assassinado no início de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Sobre este caso, a organização americana aponta para a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não aceitou as conclusões da CIA que indicam a responsabilidade do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, no assassinato.