Topo

Trump retuíta fotomontagem de Obama e Bill Clinton atrás das grades

28/11/2018 14h03

Washington, 28 Nov 2018 (AFP) - O presidente americano Donald Trump retuitou nesta quarta-feira uma montagem de fotos que mostram os ex-presidentes democratas Barack Obama e Bill Clinton atrás das grades, depois de afirmar que a investigação da interferência russa nas eleições presidenciais mergulhou o país em uma nova era do macarthismo.

Trump primeiro tuitou uma virulenta mensagem contra o procurador especial Robert Mueller, responsável pela investigação independente para determinar se houve ou não conluio entre a campanha eleitoral do presidente em 2016 e agentes russos, e se o presidente tentou obstruir a investigação.

"O bando de democratas furiosos de Mueller pede violentamente às testemunhas para que mintam sobre os fatos", escreveu Trump, antes de acrescentar: "Esta é a nossa era de Joseph McCarthy!", referindo-se à perseguição aos comunistas conduzida pelo senador republicano na década de 1950.

Os constantes ataques de Trump contra a investigação de Mueller tornaram-se mais mordazes nas últimas semanas, depois que o presidente demitiu o procurador-geral Jeff Sessions e nomeou como Matthew Whitaker, que criticou duramente esta investigação.

Depois de seu tuite, Trump retuitou outro de uma conta de supostos fãs, chamada The Trump Train, na qual aparecem figuras que o presidente considera seus inimigos.

Entre aqueles que aparecem "presos" na imagem estão Obama, Bill e Hillary Clinton, o próprio Mueller e Rob Rosenstein, o procurador-geral adjunto que havia supervisionado a investigação de Mueller até que fosse substituído por Whitaker no início deste mês.

A imagem originalmente publicada pela conta The Trump Train inclui um título que diz: "AGORA QUE O CONLUIO DA RÚSSIA É UMA MENTIRA COMPROVADA, QUANDO VÃO COMEÇAR OS JULGAMENTOS POR TRAIÇÃO?"

A última mensagem de Trump no Twitter é postada em meio a uma série de avanços na investigação de Mueller.

A equipe do procuradoes especoal quebrou na segunda-feira um acordo com o ex-chefe da campanha de Trump, Paul Manafort, acusando-o de mentir repetidamente para os promotores.

O jornal New York Times afirmou que o advogado de Manafort havia informado os advogados da Casa Branca sobre as conversas de seu cliente com os procuradores federais, dando-lhes informações valiosas sobre as linhas da investigação de Mueller.

Outra testemunha, Jerome Corsi, disse esta semana que a equipe de Mueller estava se preparando para apresentar uma acusação contra ele por mentir sobre um e-mail enviado em 2 de agosto de 2016 alertando o assessor de campanha de Trump, Roger Stone que o WikiLeaks pretendia divulgar informações prejudiciais à campanha presidencial de Hillary Clinton.

Em momentos-chave na campanha presidencial de 2016, WikiLeaks publicou arquivos de email hackeados das contas do Comitê Nacional Democrata e de John Podesta, chefe de campanha de Hillary Clinton, que serviu como munição para atacar a candidatura da rival de Trump.

Trump nega ter manobrado para acabar com a investigação de Mueller, que até agora indiciou mais de 30 pessoas, a maioria cidadãos russos.

jm-ad/rsr/mr

THE NEW YORK TIMES COMPANY

Twitter