Suspeito de enviar bombas pelo correio se apresenta à Justiça
Miami, 29 Out 2018 (AFP) - O americano acusado de enviar pacotes-bomba a proeminentes democratas e críticos do presidente Donald Trump se apresentou nesta segunda-feira (29) a um tribunal federal em Miami, que avaliará sua extradição a Nova York, onde o caso é investigado.
César Sayoc, de 56 anos, compareceu perante o juiz Edwin Torres após ser detido na sexta-feira por suposta conexão com o envio pelo correio de - até esta segunda-feira - 15 envelopes contendo explosivos caseiros, nenhum dos quais detonou.
Com os cabelos desgrenhados presos em um rabo de cavalo e uniforme bege de presidiário, Sayoc falou pouco durante a curta audiência e balbuciou um "te amo" para alguém na sala lotada.
O juiz Torres marcou outra audiência para a a sexta-feira, na qual determinará se concede a liberdade condicional e avaliará sua possível transferência a Nova York, onde o caso é analisado pela Promotoria.
O advogado de defesa Daniel Aaronson pediu que se respeite a presunção de inocência de seu cliente, que invocou o direito de permanecer calado.
"Ele é inocente até que se prove o contrário", disse a jornalistas após a audiência, "e ninguém foi capaz de dizer que estas são bombas que ele enviou".
Os investigadores afirmaram que Sayoc foi identificado pelas impressões digitais em um dos pacotes.
O jornal local Miami Herald reportou ainda que a caminhonete de Sayoc, que foi apreendida na sexta-feira após sua detenção, continua evidências como materiais para produzir dispositivos explosivos.
Sayoc foi acusado de cinco crimes federais, inclusive o envio de explosivos e ameaças contra um ex-presidente. Se for considerado culpado, poderia ser sentenciado a 50 anos de prisão.
Nesta segunda, as autoridades interceptaram o décimo quinto pacote suspeito em uma agência dos correios em Atlanta, o terceiro era destinado à CNN, declarou em um comunicado o presidente do canal, Jeff Zucker.
Sayoc é um partidário fervoroso de Trump, cujos conhecidos disseram que tinha pontos de vista extremistas e que vivia em uma van coberta de adesivos pró-Trump.
Entre os alvos das bombas por correio estavam o ex-presidente Barack Obama e a ex-chefe do Departamento de Estado, Hillary Clinton, a adversária democrata de Trump nas eleições presidenciais de 2016.
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