Noiva de jornalista saudita assassinado pede punição para os responsáveis por "essa barbárie"
Istambul, 26 Out 2018 (AFP) - A noiva do jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado no consulado de seu país em Istambul no início de outubro, exigiu nesta sexta-feira (26) punição para todos os responsáveis.
"Meu pedido é que todos os responsáveis envolvidos nesta barbárie, do mais baixo ao mais alto nível, sejam punidos e levados à Justiça", declarou Hatice Cengiz em entrevista ao canal Habertürk.
Jamal Khashoggi, um colaborador de 59 anos do Washington Post, foi morto em 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, onde foi buscar um documento administrativo para pode se casar com a Hatice Cengiz.
Sua noiva ficou esperando do lado de fora do consulado que ele voltasse, o que não aconteceu.
"Eu comecei a tremer quando percebi que algo tinha acontecido com ele", contou. "De repente, imenso medo tomou conta de mim".
Depois de várias horas de espera, Cengiz indicou que ligou para a recepção do consulado para informar que Khashoggi não havia saído.
"Disseram que não havia ninguém lá dentro".
Ela então ligou para um amigo do jornalista, Yasin Aktay, que é um dos conselheiros do presidente Recep Tayyip Erdogan.
A polícia foi notificada e a investigação iniciada. Segundo Ancara, o jornalista foi morto por uma equipe de 15 agentes sauditas que vieram especificamente para a operação.
"Nunca achei que passaria por isso", declarou Cengiz, acrescentando que o consulado não permitiu que ela entrasse com o noivo.
O corpo de Khashoggi ainda não foi encontrado.
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