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Facebook remove 68 páginas e 43 contas ligadas a suposto grupo pró-Bolsonaro

22/10/2018 20h36

Brasília, 22 Out 2018 (AFP) - O Facebook removeu nesta segunda-feira (22) 68 páginas e 43 contas associadas a um grupo que, segundo o jornal O Estado S. Paulo, estaria apoiando o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, favorito nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno das eleições.

"Hoje, como parte de nossos esforços permanentes para proteger nossa comunidade e nossa plataforma de abusos, o Facebook Inc removeu 68 Páginas e 43 contas associadas ao grupo brasileiro Raposo Fernandes Associados (RFA), por violação de nossas políticas de autenticidade e de spam", informou a rede social, acrescentando que tem atuado "arduamente para garantir a integridade da plataforma, com especial atenção em períodos eleitorais".

Segundo o Facebook, as pessoas por trás do RFA criaram páginas usando contas falsas ou várias contas com os mesmos nomes", para publicar "caça-cliques" para direcionar usuários para sites do grupo fora da rede social.

"Nós baseamos nossa decisão de remover essas Páginas pelo comportamento delas - como o fato de que estavam usando contas falsas e repetidamente publicando spam -, e não pelo conteúdo que estavam postando. Esse comportamento foi detectado no Facebook, e não há sinais de abuso em nossos outros aplicativos", esclareceu o Facebook.

Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicadá há dez dias revelou que as páginas e as contas controladas pelo RFA formavam uma rede de apoio a Bolsonaro no Facebook.

Segundo a reportagem, essas páginas somavam 12,6 milhões de interações (reações, comentários e vezes em que foi compartilhado) nos 30 dias anteriores à sua publicação, muito mais do que as interações registradas, nesse mesmo período, nas páginas de Neymar, Anitta e Madonna.

As redes sociais tiveram um papel determinante na ascensão política de Bolsonaro, que conta com pouco mais de 14 milhões de seguidores no Facebook, no Twitter e no Instagram. Fernando Haddad soma 2,8 milhões.

Durante a campanha, essas plataformas se tornaram um veículo para difundir notícias falsas em massa sobre candidatos, apesar dos esforços dessas próprias redes, da Tribunal Superior Eleitoral e dos meios de comunicação no combate a essa prática.

Na semana passada, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, afirmou que várias empresas compraram serviços para propagar mensagens em massa a favor de Bolsonaro no Whatsapp, antes do primeiro turno, em 7 de outubro.

O caso está sendo investigado pelo TSE e pela Polícia Federal.