Cineasta Fellipe Barbosa: 'os artistas estão com medo de Bolsonaro'
Paris, 9 Out 2018 (AFP) - O cineasta brasileiro Fellipe Barbosa disse nesta terça-feira em Paris, onde apresenta seu último filme, "Domingo", que os artistas de seu país sentem medo ante a possibilidade de que o candidato de extrema direita à presidência, Jair Bolsonaro, vença o segundo turno das eleições.
Pura coincidência: o terceiro longa-metragem do diretor da "Casa Grande" é um amargo retrato da burguesia brasileira, ambientada no dia em que o Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente em 1o. de janeiro de 2003.
O filme, codirigido por Clara Linhart, reflete, por meio de uma família abastada e de seus empregados domésticos, a tensão entre as classes sociais quando Lula chegou ao poder, provocando desconfiança entre os primeiros e esperança entre os últimos.
Uma situação contrária ao que aconteceu precisamente no domingo, quando Bolsonaro venceu o primeiro turno das eleições com 46,03% dos votos contra o esquerdista Fernando Haddad.
"Agora é a esquerda quem teme", disse à AFP Fellipe Barbosa por telefone.
E os artistas, muitos deles já mobilizados contra o governo do conservador Michel Temer, acusados de dar as costas à cultura, também "sentem medo". "Porque Bolsonaro nos vê como inimigos do Estado, vagabundos que não fazem nada", explica o cineasta.
"Isso nos remete a uma época muito sinistra", acrescenta, aludindo ao regime militar (1964-1985).
Para o diretor, o triunfo da extrema direita no domingo se deve em parte ao desejo de "vingança da burguesia" em relação aos governos de Lula e Dilma Rousseff e aos escândalos de corrupção.
"No Brasil, há um ódio entre as classes e um dos seus motores é a vingança", afirmou.
Nascido em uma família rica, Fellipe Barbosa volta a denunciar a burguesia no Brasil, como fez em "Casa Grande" e também em "Gabriel e a montanha", premiado em 2017 com o Prêmio Revelação na Semana da Crítica do Festival de Cannes.
"É uma necessidade de me confrontar. É, de certa forma, um exercício de culpa ", explicou.
Pura coincidência: o terceiro longa-metragem do diretor da "Casa Grande" é um amargo retrato da burguesia brasileira, ambientada no dia em que o Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente em 1o. de janeiro de 2003.
O filme, codirigido por Clara Linhart, reflete, por meio de uma família abastada e de seus empregados domésticos, a tensão entre as classes sociais quando Lula chegou ao poder, provocando desconfiança entre os primeiros e esperança entre os últimos.
Uma situação contrária ao que aconteceu precisamente no domingo, quando Bolsonaro venceu o primeiro turno das eleições com 46,03% dos votos contra o esquerdista Fernando Haddad.
"Agora é a esquerda quem teme", disse à AFP Fellipe Barbosa por telefone.
E os artistas, muitos deles já mobilizados contra o governo do conservador Michel Temer, acusados de dar as costas à cultura, também "sentem medo". "Porque Bolsonaro nos vê como inimigos do Estado, vagabundos que não fazem nada", explica o cineasta.
"Isso nos remete a uma época muito sinistra", acrescenta, aludindo ao regime militar (1964-1985).
Para o diretor, o triunfo da extrema direita no domingo se deve em parte ao desejo de "vingança da burguesia" em relação aos governos de Lula e Dilma Rousseff e aos escândalos de corrupção.
"No Brasil, há um ódio entre as classes e um dos seus motores é a vingança", afirmou.
Nascido em uma família rica, Fellipe Barbosa volta a denunciar a burguesia no Brasil, como fez em "Casa Grande" e também em "Gabriel e a montanha", premiado em 2017 com o Prêmio Revelação na Semana da Crítica do Festival de Cannes.
"É uma necessidade de me confrontar. É, de certa forma, um exercício de culpa ", explicou.
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