"For me...formidables": as músicas essenciais de Charles Aznavour
Iniciada em 1948, a carreira discográfica de Charles Aznavour, que faleceu na madrugada desta segunda-feira (1º) aos 94 anos, viveu seu auge nos anos 1960 e 1970:
- 1955: "Sur ma vie". Primeiro sucesso deste 78 rpm, cujo lado B incluiu outro futuro clássico, "Le palais de nos chimères". Naquele ano, Aznavour também é censurado por "Après l'amour" sobre a intimidade de um casal em "seus lençóis amassados".
- 1960: "Tu t'laisses aller". Charles brilha pelo cinismo com este título inspirado por "La poison" de Sacha Guitry. Uma cena doméstica que levou dois anos para se tornar música, mas que ele também viveu, até se divorciar naquele ano. Ele escreverá muito mais tarde uma versão feminina cantada por Line Renaud e Annie Cordy.
- 1960: "Je m'voyais déjà". Aznavour vende muitos discos, mas não é considerado um grande dos palcos pelos críticos. Durante seu show de "última chance", no dia 12 de dezembro no Alhambra, ele finalmente força seu destino aos 36 anos, com essa música sobre as ilusões perdidas de um artista.
- 1962: "Les comédiens". A onda "yéyé" invade a França. Aznavour não é insensível a ela, chegando a oferecer "Retiens la nuit" a Johnny Hallyday. Mas continua fiel a sua música e a seus temas como "Le métier", com esta canção cuja primeira versão se intitulava "Les étudiants".
- 1963: "For me... formidable". Aznavour se diverte casando inglês com francês e parte para a conquista do mundo. Em Nova York, ele triunfa no Carnegie Hall, que ele aluga por conta própria. Bob Dylan diz sobre ele: "é o que eu vi de mais belo no palco".
- 1963: "La mamma". Aznavour, que emplaca com "Et pourtant", dedica-se particularmente a interpretar essa música escrita por Robert Gall, pai da França. Tornar-se obrigatória em seu repertório, como "Hier encore", "A ma fille", "Que c'est triste Venise" lançadas no ano seguinte.
- 1965: "La Bohème". Com Aznavour, talvez mais do que os refrões, são as primeiras frases que embalam o ouvinte. "Je vous parle d'un temps que les moins de vingt ans ne peuvent pas connaître..." ("eu vos falo de um tempo que aqueles com menos de vinte anos não conheceram") é um exemplo perfeito. A imagem de Charles agitando seu lenço durante este hino à juventude ficou marcada na memória.
- 1967: "Emmenez-moi". De onde vem um hit? Em uma viagem a Macau, Aznavour vê pessoas pobres apinhadas em um ferry e diz que "la misère serait moins pénible au soleil" ("a miséria seria menos dolorosa ao sol"). Ele escreve essas palavras em um caderno que ele perde logo depois. Felizmente, Charles tem uma excelente memória.
- 1972: "Comme ils disent". Charles, cujo "Mourir d'aimer" foi inspirado pelo caso Gabrielle Russier, uma professora que se suicidou depois de ter um relacionamento com um aluno menor de idade, canta desta vez a homossexualidade. Um assunto por muito tempo tabu, salvo para tirar sarro, que ele aborda com empatia.
- 1972: "She". Aznavour canta há tempos em inglês, espanhol, italiano, alemão... Mas, com essa música, atinge o 1º lugar nas paradas no Reino Unido, na Austrália, na Nova Zelândia. No total, Charles gravou 40 álbuns em línguas estrangeiras.
- 1976: "Mes emmerdes". Musicalmente, esta canção entra para a lista de indispensáveis em suas apresentações. Concretamente, traduz-se por problemas com a Justiça pelo exílio fiscal.
- 1986: "Les émigrants". Charles, filho de armênios, se apropria de uma questão no centro dos debates. Trinta anos depois, ele começará seus shows com este título. "Eu me tornei francês na minha cabeça, no meu coração, na minha maneira de ser, na minha língua. Abandonei grande parte do meu 'armenismo' para ser francês. E é um processo que precisa acontecer. Ou então precisamos partir", disse ele.
- 1989: "Pour toi Arménie". Seu país de origem é atingido por um terrível terremoto (25.000 mortos), e então Charles se mobiliza. Ele escreve essa canção, interpretada por 87 personalidades francesas, que permanece no top 50 durante dez semanas, para arrecadar dinheiro.
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