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Maioria dos adolescentes nos EUA diz ter sido vítima de assédio on-line

27/09/2018 19h54

Washington, 27 Set 2018 (AFP) - A maioria dos adolescentes americanos diz ter sido vítima de assédio ou bullying on-line, e que as empresas de redes sociais não estão fazendo o suficiente para combater o problema, revela uma pesquisa publicada nesta quinta-feira.

A pesquisa do Pew Research Center descobriu que 59% dos adolescentes americanos relataram ter sofrido bullying ou assédio na internet, e 63% disseram que este era um grande problema para as pessoas da sua idade.

O tipo mais comum de assédio foi o xingamento, citado por 42%, enquanto 32% disseram que alguém havia espalhado falsos rumores sobre eles na internet e 16% disseram ter sido alvo de ameaças físicas on-line.

Entre os adolescentes pesquisados, um em cada quatro disse que recebeu imagens explícitas indesejadas, consultas de pessoas que não eram seus pais sobre sua localização ou que imagens explícitas suas foram compartilhadas sem o seu consentimento.

"O xingamento e a propagação de rumores são há muito tempo um aspecto desagradável e desafiador da vida adolescente. Mas a proliferação dos smartphones e a ascensão das redes sociais transformaram onde, quando e como o bullying acontece", disse Monica Anderson, a pesquisadora principal do relatório do Pew.

De acordo com o Pew, quantidades semelhantes de meninos e meninas foram assediados on-line, mas as garotas são mais propensas a ser alvo de rumores ou a receber mensagens explícitas não consensuais.

Adolescentes de famílias de renda mais baixa são mais propensos do que aqueles de famílias de renda mais alta a enfrentar certas formas de bullying on-line, disse o Pew.

A maioria das jovens vítimas de assédio acha que professores, empresas de redes sociais e políticos estão fazendo um trabalho ruim ou apenas justo ao abordar o problema do cyberbullying - uma questão que chamou a atenção da primeira-dama americana, Melania Trump, e do príncipe britânico William.

Os adolescentes acreditam que os pais estão se saindo melhor: 59% dizem que os pais estão fazendo um bom ou excelente trabalho ao lidar com o assédio on-line.

Um dos fatores que alimentam o assédio on-line é que muitos adolescentes estão conectados à internet através de seus telefones ou de outros dispositivos com muita frequência.

O relatório mostrou que dois terços dos adolescentes que afirmam estar on-line quase o tempo todo foram vítimas de ciberbullying, em comparação com 53% daqueles que usam a internet várias vezes por dia ou menos.

Os pesquisadores entrevistaram 743 adolescentes de entre 13 e 17 anos e 1.058 pais entre 7 de março e 10 de abril. A margem de erro estimada é de cinco pontos percentuais para o grupo adolescente e de 4,5 pontos para os pais.