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'The Handmaid's Tale' defende seu reinado nos prêmios Emmy

15/09/2018 14h28

Los Angeles, 15 Set 2018 (AFP) - O inverno se adiantou na premiação do Emmy: é "Game of Thrones" que volta à disputa com vontade de vencer, embora "The Handmaid's Tale" não esteja disposta a ceder terreno.

Baseada no romance de Margaret Atwood, "O conto da aia", a série sobre um regime teocrático, no qual a mulher está submetida ao seu papel reprodutor, captura - nas telas - a atenção dos Estados Unidos, enquanto nas ruas defensores dos direitos femininos protestam após a recente indicação de um juiz ultraconservador à Suprema Corte pelo presidente Donald Trump.

"The Handmaid's Tale" (Hulu) recebeu 20 indicações e já venceu três estatuetas, incluindo a de melhor atriz convidada para Samira Wiley, em um evento de premiação do Emmy antes da cerimônia de segunda-feira, em Los Angeles, onde revelarão os vencedores das principais categorias.

"Acho que 'The Handmaid's Tale' ganhará por conta do momento que vivemos, aborda muitas preocupações que as pessoas têm agora, acho que será o seu ano", afirmou à AFP Tim Gray, editor sênior da Variety.

O site de previsões Gold Derby concorda. Não apenas com o vencedor do maior prêmio da noite - melhor série dramática - pelo segundo ano consecutivo, como coloca a sua protagonista, Elisabeth Moss, revalidando seu título de melhor atriz e em outras duas categorias.

"Game of Thrones" (HBO) não participou da última edição do Emmy porque a sua sétima temporada estreou em julho de 2017, depois do encerramento do prazo de candidaturas para esse prêmio considerado o Oscar da televisão.

A série de ficção sobre nobres famílias em disputa pelo controle dos Sete Reinos chega à cerimônia de segunda-feira com quatro estatuetas desta edição, incluindo as de melhor desenho de figurino, efeitos especiais e música. Alguns especialistas concordam que não ganhará nas categorias de atuação, direção e roteiro.

Não obstante, "Game of Thrones" tem um passado brilhante: é a série de ficção mais premiada na história do Emmy.

Disputam também o prêmio de melhor drama a série de espiões durante a Guerra Fria "The Americans", a série sobre a monarquia britânica "The Crown", a jovem "Stranger Things", o drama familiar "This Is Us" e o western de ficção científica "Westworld".

Sem "Veep" na competição, "Atlanta" aparece como candidata para levar a estatueta de melhor comédia.

- Os hispânicos com Versace -Nesse Emmy, a Netflix tentará se tornar a produtora mais vencedora, após acabar com 17 anos de domínio da HBO na liderança de indicações.

A plataforma on-line fechou 112 indicações contra 108 do canal por assinatura. Contando com os prêmios técnicos, a HBO está à frente (17 a 16) do serviço de streaming.

O Emmy também deu as boas-vindas a vencedores do Oscar, como a atriz espanhola Penélope Cruz, com opções de vitória, e o compositor e cantor John Legend, que no fim de semana passado entrou na elite do EGOT - como se chama quem tem ao menos um Emmy (televisão), um Grammy (música), um Oscar (cinema) e um Tony (teatro) - por seu papel no musical da NBC "Jesus Christ Superstar Live in Concert", que ganhou cinco estatuetas.

Os coprodutores Andrew Lloyd Webber e Tim Rice também se uniram a este grupo.

Entre os indicados também estão Antonio Banderas, o venezuelano Edgar Ramírez, que junto com Cruz e o porto-riquenho Ricky Martin foram indicados pela segunda temporada de "American Crime Story", que gira em torno do assassinato do estilista Gianni Versace, e que já soma quatro prêmios técnicos.

O venezuelano interpreta o estilista assassinado por Andrew Cunanan, vivido por Darren Criss, também indicado.

Na cerimônia anterior, realizada na semana passada, o famoso chef Anthony Bourdain, que se suicidou em junho na França, recebeu a título póstumo seis prêmios por seu programa de gastronomia na CNN.

Entre as ausências mais notórias está "House of Cards", sacudida pelo escândalo de abuso sexual em Hollywood após várias denúncias contra sua estrela, o dois vezes vencedor do Oscar Kevin Spacey, que foi demitida da série.

É provável que o movimento #MeToo, que completa quase um ano, tenha novamente protagonismo na festa, uma semana depois do poderoso presidente da CBS Les Moonves renunciar após acusações de má conduta sexual.

Trump talvez também seja mencionado, embora um dos anfitriões, Colin Jost, disse esperar um Emmy "menos político do que o normal".