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Membro do grupo Pussy Riot hospitalizado em estado grave

Moscou (Rússia)

13/09/2018 17h36

Moscou, 13 Set 2018 (AFP) - Um membro do Pussy Riot, que invadiu o campo durante a partida da final da Copa do Mundo de 2018, foi hospitalizado em estado grave em Moscou, anunciou nesta quinta-feira (13) uma integrante do grupo russo de ativistas, que não descartou a possibilidade de envenenamento.

Segundo Veronika Nikulchina, Piotr Verzilov começou a passar mal na terça-feira à tarde, poucas horas depois de um julgamento no qual ela era acusada de desobediência, e ao qual Verzilov compareceu para demonstrar apoio.

"Durante a tarde começou a passar mal. Perdeu a visão. Depois não conseguia falar, não me reconhecia", declarou Veronika Nikulchina, que é namorada de Verzilov, à rádio Eco de Moscou.

"Não descarto a possibilidade de uma intervenção externa", acrescentou, antes de afirmar que é necessário aguardar os resultados dos exames médicos.

No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau disse estar "preocupado" com a informação sobre Verzilov, que tem nacionalidade canadense.

"Confirmo que nossos responsáveis consulares entraram em contato com o estabelecimento medico onde ele está mantido", disse Trudeau durante entrevista coletiva na parte oeste do Canadá. "Evidentemente, é uma situação preocupante, sobretudo por conta das atitudes tomadas pelos russos nos últimos meses no Reino Unido".

Verzilov está internado na unidade de recuperação toxicológica de um hospital de Moscou. De acordo com Nikulchina, "os médicos dizem que o estado é grave, mas não divulgam informações".

Veronika Nikulchina e Piotr Verzilov estavam entre os quatro integrantes do grupo Pussy Riot que invadiram o gramado durante a final da Copa do Mundo da Rússia-2018, entre França e Croácia.

Eles foram condenados a 15 dias de prisão por esta invasão.

Piotr Verzilov é o fundador do site MediaZona, que informa sobre os julgamentos de ativistas dos direitos humanos.

Recentemente trabalhava em um filme com Alexander Rastorguyev, morto em agosto ao lado de outros dois jornalistas na República Centro-Africana que investigavam a presença neste país de mercenários russos.