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CBS demite produtor de programa "60 Minutes" denunciado por assédio sexual

O produtor Jeff Fagger - Brad Barket/Getty Images/Peabody
O produtor Jeff Fagger Imagem: Brad Barket/Getty Images/Peabody

De Nova York (EUA)

12/09/2018 20h02

Jeff Fager, produtor executivo do "60 Minutes", foi demitido da CBS nesta quarta (12) após acusações de assédio sexual e denúncias de que tolerou uma conduta abusiva.

A saída de Fager ocorre três dias depois da saída do presidente da emissora, Leslie Moonves, denunciado por ao menos 12 mulheres de assédio e agressão sexual ao longo de várias décadas.

"Jeff Fager deixa a companhia com efeito imediato", escreveu o presidente da CBS News, David Rhodes, em uma mensagem à equipe, informou a CBS News.

A saída de Fager "não está diretamente relacionada com as denúncias surgidas de informações da imprensa", mas o jornalista "violou políticas da empresa", sustentou Rhodes.

A CBS News citou Fager dizendo que seu contrato foi encerrado por uma dura mensagem de texto enviada a uma jornalista da CBS na qual pedia que fosse "justa" ao cobrir essa história.

"Uma nota deste tipo não deveria resultar em uma demissão após 36 anos (de trabalho), mas foi assim", declarou Fager, segundo a CBS News.

Em 27 de julho, a revista The New Yorker publicou as primeiras acusações contra Moonves e também informou que 19 funcionárias atuais e antigas acusaram Fager, ex-chefe da CBS News, de permitir o assédio no trabalho.

O jornalista Ronan Farrow, vencedor de um Pulitzer por suas revelações na era do #MeToo, informou que Fager teria passado a mão em algumas funcionárias, incomodando-as em festas, e que, uma vez, bêbado, tentou seduzir uma funcionária jovem. Fager nega as acusações.

Anteriormente Fager havia sido diretor da CBS News e era produtor executivo do "60 Minutes" desde 2003.

Em agosto, a direção da CBS contratou advogados independentes para investigar as acusações contra Moonves, assim como "problemas culturais em todos os níveis na CBS".

Moonves é uma das maiores baixas da era #MeToo. A CBS anunciou no domingo a sua saída e disse que a emissora e ele doarão 20 milhões de dólares a uma ou várias organizações que apoiem o #MeToo e a igualdade de gênero no trabalho.