NBC tentou frear investigação sobre abusos sexuais de Weinstein, diz imprensa
Nova York, 31 Ago 2018 (AFP) - A NBC News tentou frear uma investigação sobre acusações de abuso sexual contra o ex-magnata de Hollywood Harvey Weinstein, ao suspender e inclusive ameaçar seus próprios jornalistas, segundo relatos de meios de comunicação.
De acordo com informação do jornal americano The New York Times e do site The Daily Beast, a NBC tentou deter a investigação liderada pelo jornalista Ronan Farrow e pelo produtor Rich McHugh.
McHugh foi citado pelo Times assegurando que lhe ordenaram, depois de passar meses investigando, não entrevistas um dos acusadores de Weinstein por uma ordem proveniente "dos níveis mais altos da NBC".
"Três dias antes de Ronan e eu irmos para Los Angeles entrevistar uma mulher com uma acusação de estupro crível contra Harvey Weinstein, me mandaram parar, não entrevista essa mulher e deixar completamente de lado essa história", disse ao jornal McHugh, que deixou a NBC em meados de agosto.
O Daily Beast, por sua vez, informou citando fontes não identificadas que a NBC, pressionada pelos advogados de Weinstein, ameaçou prejudicar Farrow se continuasse com a matéria.
Mais tarde, Farrow levou o tema à revista The New Yorker, onde sua publicação desatou uma série de investigações contra Weinstein que, finalmente, levaram a sua denúncia com acusações por crime, e inspiraram o movimento #MeeToo pelas vítimas de assédio sexual.
A NBC não respondeu imediatamente a uma consulta da AFP, mas as duas publicações citam a emissora negando as acusações.
O canal, propriedade do conglomerado de cabo e entretenimento Comcast, afirmou previamente que a história de Farrow não estava pronta quando saiu da NBC.
Farrow venceu o Prêmio Pulitzer por seus artigos sobre Weinstein, que começaram em outubro de 2017.
Depois que a história com Weinstein foi revelada, o apresentador estrela da NBC Matt Lauer foi forçado a pedir demissão por acusações de assédio sexual, e o ex-apresentador de notícias da mesma cadeia, Tom Brokaw, enfrenta acusações de avanços indesejados.
COMCAST
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