Google prepara versão censurada de seu buscador para voltar à China
Pequim, 2 Ago 2018 (AFP) - O Google está preparando uma versão experimental de seu motor de busca adaptada às exigências da censura chinesa para voltar ao país, do qual se retirou há alguns anos.
Diante da pressão da censura e dos ciberataques, o Google retirou seu buscador da China em 2010, e a maioria de seus serviços estão bloqueados no país.
Mas a empresa trabalha agora em uma nova versão, batizada "Dragonfly" ("Libélula"), modificada expressamente para censurar os sites e palavras-chave proibidos pelo governo chinês, assegurou à AFP uma fonte interna da multinacional americana.
O código-fonte deste buscador pode ser consultado e testado nas redes informáticas internas do Google, afirma um funcionário sob anonimato, confirmando assim informações publicadas na imprensa americana.
A notícia provocou mal-estar entre um grande número de funcionários do Google. "Alguns estão indignados com o que se está fazendo", reconhece a mesma fonte.
O porta-voz do Google na Ásia, Taj Meadows, não quis confirmar nem negar a existência deste projeto.
"Já propomos vários aplicativos para telefones celulares na China, como Google Translate [tradutor] e FilesGo [envio de documentos] e realizamos investimentos significativos em empresas chinesas como JD.com", um gigante do comércio eletrônico na China, declarou Meadows à AFP.
"Mas não faremos comentários sobre especulações de nossos projetos futuros", acrescentou.
O jornal digital The Intercept, que revelou a existência deste programa, afirmou que este motor de busca está destinado ao sistema operativo Android para smartphones, propriedade do Google.
Segundo a publicação americana, fundada pelo jornalista investigativo Glenn Greenwald, o novo buscador tem uma 'lista negra' com palavras relacionadas com os direitos humanos, democracia, religião ou manifestações.
Este aplicativo também censura sites proibidos pelas autoridades comunistas chinesas.
A China dispõe de um complexo sistema de censura na internet que impede o acesso ao Google, Youtube, Facebook, Twitter e outros meios ocidentais.
As plataformas chinesas, como Weibo (equivalente ao Twitter) e WeChat (o WhatsApp chinês) também são censuradas e obrigadas a regular seus conteúdos mais sensíveis, como as vozes críticas ao regime, os escândalos sanitários ou a música rap.
Segundo o The New York Times, o Google fez uma demonstração diante de dirigentes chineses, mas isto não significa que a implementação de seu buscador na China seja iminente.
"O projeto do motor de busca não está terminado", assegura o Wall Street Journal.
pak-jug/jhd/eb/pc/db
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