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Dior reivindica o 'savoir-faire' da alta-costura invisível no Instagram

02/07/2018 16h16

Paris, 2 Jul 2018 (AFP) - A Dior destacou nesta segunda-feira o imenso trabalho que se esconde por trás de cada peça de alta-costura, apresentando uma coleção discreta e sóbria e, portanto, pouco vistosa para a era das fotos no Instagram.

A italiana Maria Grazia Chiuri imaginou um ateliê de costura como cenário de seu desfile no Museu Rodin, chamando atenção para as etapas de criação pelas quais passa uma única peça, levando muitas vezes até duas mil horas de trabalho á mão.

Os vestidos monocromáticos, em tons pastel, vez ou outra com algum plissado, foram os protagonistas dessa coleção. Um cinto fino, um colar discreto de tecido com pérolas suspensas ou uma boina inclinada arrematavam os looks elegantes e sóbrios.

Hoje "se acredita que a única coisa que tem valor é o que é visível na foto", disse Chiuri em entrevista à AFP. E a alta-costura, "como é cara, parece que tem que ser visível", disse a estilista à frente da direção artística da Dior desde meados de 2016.

Mas "há algo que é invisível e é muito caro e é o toque humanos, as horas de trabalho, os acabamentos...", disse Chiuri, que marcou seus últimos desfiles com um discurso feminista.

A nova missão de Chiuri parece ser a de "educar as novas gerações" conectadas nas redes sociais sobre a importância do saber fazer, difícil de apreciar em uma fotografia em que se "perde o design, o volume, o corte...".

"O público da alta-costura não passa seu tempo no Instagram", disse. Mas se você consegue acessar os jovens, entre eles "aparecerão novos estilistas" de alta-costura e "clientes que a apreciem", acrescentou.

- Iris van Herpen: asas à imaginação -A simplicidade não foi, por sua vez, a marca do desfile da holandesa Iris van Herpen, que continua desenvolvendo seu estilo inconfundível entre moda, arquitetura e tecnologia.

Seus looks, comparáveis a esculturas, conquistaram estrelas como Lady Gaga, Cate Blanchett e Naomi Campbell e são protagonistas de várias exposições.

Nesse desfile a jovem estilista, especialista em impressão 3D e nos cortes com laser, apresentou a coleção "Syntopia", inspirada nos pássaros e seu voo.

"Como ex-bailarina, o movimento sempre me hipnotizou", disse Van Herpen, que colocou na passarela uma instalação com 20 "asas" de cristal que se moviam representando cada fase de um voo.

Os vestidos, em tons pastel, verdes e vermelhos, construíam a base para sobreposições que deixaram entrever os corpos desnudos. Ao andar, as peças fluíam em um movimento suave e a as cores cintilavam, transformando as modelos em criaturas de outro universo.

- A fantasia animal de Schiaparelli -O mundo onírico de Van Herpen contrastou com o universo animal de Schiaparelli: flamingos, coelhos, borboletas, gatos... a nova coleção da famosa marca que voltou às passarelas de alta-costura em 2013 deu asas à fantasia.

Reivindicando o estilo surrealista de sua fundadora, Elsa Schiaparelli, os looks brincaram com estampas chamativas e combinações.

Uma calça trouxe três estampas de leopardo, de uma jaqueta saíram imensos bolsos em 3D e uma modelo desfilou uma máscara de gato com bigodes incluídos.

O rosa flúor característico da marca apareceu em um casaco extra grande de mangas amplas combinado a uma máscara de borboleta na mesma cor.

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