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Cinco razões para que 'La Casa de Papel' seja um sucesso

Cena da série "La Casa de Papel" - Reprodução
Cena da série "La Casa de Papel" Imagem: Reprodução

Em Paris (França)

20/06/2018 15h47

Para além da qualidade, o sucesso de uma série depende principalmente de entrar em consonância com a sociedade contemporânea, como é o caso de "La Casa de Papel", uma crítica ao sistema liberal, afirma a historiadora Marjolaine Boutet.

Veja a seguir as chaves que, segundo esta especialista francesa em séries de televisão, explicam o furor gerado pela série espanhola difundida pela Netflix e cuja terceira parte estreará em 2019.

Quebra de códigos

Inspirada nos filmes de roubos como "Onze Homens e um Segredo", "La Casa de Papel" quebra "todos os códigos" do gênero porque, ao invés de "ir muito rápido", acontece praticamente hora por hora.

Além disso, não roubam o dinheiro da Casa da Moeda, mas fabricam o próprio "em uma quantidade tão monumental que não tem nenhum sentido". O espectador espera uma série de violência e se vê diante de uma "reflexão sobre a sociedade e como podemos nos reinventar".

Contra o sistema

Denuncia o poder do dinheiro e faz eco do sentimento antiliberal. "Da direita à esquerda, há uma rejeição do sistema" atual, como demonstram as "últimas eleições" no mundo. Os próprios candidatos, surgidos do populismo, se apresentam como antissistema para conquistar o eleitorado.

Ode ao espírito de equipe

Existe um cérebro, o Professor, que prepara toda a equipe de assaltantes, mas que também "os conscientiza de que vão fazer aquilo por uma causa, não somente para seu interesse particular". É a "busca de um compromisso em uma causa comum, contra o individualismo, o capitalismo". Este componente interpela sobretudo os jovens.

Ode à inteligência e ao amor

O Professor é um homem sumariamente inteligente, que tem tudo calculado no plano intelectual, mas que "não havia previsto" se apaixonar por Raquel, a negociadora da Polícia que tenta salvar os reféns.

A riqueza dos personagens

Os personagens com nomes de cidades como "Berlim", "Nairóbi" e "Tóquio" têm muitas facetas. "Sua riqueza vai sendo descoberta episódio após episódio".